Vídeo: PM de SP chama bolsonaristas de “cornos” e vira alvo de investigação
O sargento Renato Kenjiro Tamaki, de 41 anos, gravou o vídeo na véspera de 7 de setembro e ainda relata, que por isso, recebeu ameaças
atualizado
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São Paulo – O sargento da Polícia Militar de São Paulo, Renato Kenjiro Tamaki, 41 anos, é investigado pela corporação após gravar um vídeo chamando os bolsonaristas de “cornos”. A gravação, de apenas 39 segundos, foi divulgada na véspera do feriado de 7 de setembro, marcado pelas manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No vídeo, o militar aparece perto de uma piscina e insulta os bolsonaristas. O PM disse que os atos colocariam o Brasil no Guinness pelo recorde de “maior concentração de cornos por metro quadrado jamais visto [sic] antes”.
E concluiu: “Não faça parte desse Guinness aí não: é vergonhoso. Celebre o dia da Independência do seu país, não a celebração da cornaiada”, finalizou. Além de ser alvo de uma sindicância na PM, ele revelou que tem sido ameaçado.
Veja o vídeo:
Com 20 anos de carreira, Tamaki disse à Folha de São Paulo, que fez a gravação, quando estava de folga, sem farda e colocou em grupo de WhatsApp, criado com colegas de jiu-jitsu e que tinham cerca de 50 pessoas.
Em 5 de setembro, Tamaki havia publicado outro vídeo criticando manifestantes que iriam para as ruas defender a intervenção militar no país. A postagem nas redes sociais, porém, não recebeu reação contrária.
A PM transferiu o policial de Barueri para Carapicuíba e depois para Caucaia do Alto, em Cotia, a mais de 40 km de Santana de Parnaíba, cidade na zona oeste da região metropolitana de São Paulo, onde ele mora.
Procurada, a Polícia Militar afirmou que foi instaurada sindicância interna para investigação e que, ao final, poderá “ensejar punição administrativa de repreensão à permanência disciplinar”.
Veja a nota na íntegra:
“Sobre o caso do Sgt PM Renato Kenjiro Tamaki, da mesma forma, o graduado foi transferido e, para devida apuração, foi instaurada Sindicância que, ao final, poderá ensejar punição administrativa de repreensão à permanência disciplinar”.
Cumpre ressaltar que a Polícia Militar é uma Instituição de Estado que age de forma rigorosa quando seus integrantes infringem as normas e regulamentos internos. Tanto assim que, diferentemente do alardeado por parte da imprensa, não houveram ocorrências envolvendo policiais militares da ativa (de folga) nas manifestações públicas de 7 de setembro, 12 de setembro e de 2 de outubro”.