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Vídeo: piloto da VoePass relata excesso de trabalho: “Vai que dá”

Segundo o piloto, a empresa costuma ligar para combinar voos mesmo em dias de folga. Empresa nega e diz que cumpre a lei

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1 de 1 Imagem colorida do piloto Luis Claudio de Almeida - Metrópoles - Foto: Reprodução

Um piloto da VoePass, empresa dona do avião que caiu em Vinhedo (SP) e deixou 62 mortos nessa sexta-feira (9/8), relatou, durante audiência pública na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), realizada em junho deste ano, suposta pressão da empresa para exceder a escala de jornada de trabalho durante as folgas e uma rotina de fadiga constante. A empresa nega e diz que cumpre a lei.

“A empresa, às vezes, me liga para fazer um voo: ‘Vai, vai que dá [para voar]’. ‘Mas [na escala] diz que não é para ir’”, relatou o piloto Luís Cláudio de Almeida, em audiência no dia 28 de junho.

Segundo ele, funcionários da VoePass responderam: “Não. Vai, vai, vai que dá”.

Confira a declaração do piloto:

Ele afirmou que, mesmo em dias de folga, a empresa costuma ligar para combinar voos. O piloto disse que chegou a receber oito ligações em dias que não deveria trabalhar.

“A gente acorda da escala, quando você acorda tem oito ligações da escala no seu dia de folga. Eu estava de folga e precisei desligar meu celular”, disse.

Almeida alertou os técnicos da Anac para o risco de um dia ligarem o jornal e serem surpreendidos por notícias de um acidente aéreo provocado por fadiga. “Não queremos entrar nessa estatística. Queremos conforto”, reforçou.

Procurada pelo Metrópoles, a VoePass informou que “cumpre com todos os requisitos legais, considerando jornada e folgas, de acordo com o regulamento brasileiro da Aviação Civil RBAC- 117, que disciplina a jornada e gestão da fadiga dos tripulantes”.

Acidente de avião em Vinhedo

O acidente com o avião da VoePass, antiga Passaredo, atingiu uma área residencial de Vinhedo. A aeronave partiu de Cascavel, no Paraná, às 11h58, e tinha como destino o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Ao todo, 62 pessoas morreram. Entre as vítimas, estão 58 passageiros e quatro tripulantes.  Segundo o Governo de São Paulo, os corpos serão encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Campinas.

Confira o momento da queda:

 

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