Vídeo mostra vacinação clandestina dentro de garagem em BH. Assista
As imagens foram feitas por vizinhos que denunciaram o caso e mostram aglomeração de carros em volta da entrada do local
atualizado
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Imagens mostram pessoas sendo vacinadas, na noite de terça-feira (23/3), na garagem de uma empresa de transporte localizada em Belo Horizonte. As gravações foram feitas por vizinhos do local, que denunciaram um esquema clandestino de imunização contra a Covid-19 pela viação Saritur. Os vídeos foram obtidos pelo jornal O Estado de S Paulo. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal de Minas investigam o caso.
A garagem fica no fim da rua Cláudio Martins, 100, no bairro Alto Caiçaras, na capital mineira. Nas imagens, é possível ver aglomeração de carros em volta da entrada do local. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um carro, retira a vacina e aplica nos motoristas. Alguns descem do carro para receber a dose; outros preferem ficar dentro do automóvel.
Assista:
A Polícia Militar de Minas confirmou que esteve no endereço da empresa, ainda na terça (23), após denúncia anônima. Segundo a corporação, seguranças do local disseram que houve “pequena reunião dos diretores”, mas que todos já haviam ido embora. Conforme a PM, uma pessoa, então, “acenou e em voz baixa” se identificou como a denunciante. Ela relatou aos policiais que filmou a ação e viu cerca de 25 carros no local. Disse que uma mulher de jaleco branco aplicou as doses também em crianças. A PM afirmou que acionou a vigilância sanitária e outros órgãos de fiscalização. No entanto, “nada foi constatado pelas equipes” após entrar na empresa.
Nessa quarta-feira (24/3), reportagem publicada pela revista Piauí relatou que políticos e empresários de Minas Gerais teriam tomado a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, e que eles compraram o imunizante por iniciativa própria, driblando o Sistema Único de Saúde (SUS), o que é ilegal.
“Se a aquisição das vacinas se deu antes da data da aprovação da vacina da Pfizer pela Anvisa, pode ter ocorrido o crime do artigo 273, parágrafo 1º-B, I, do Código Penal. Se foi feita depois, pode ser o crime de descaminho (art. 334-A). Neste caso, todos os que foram vacinados podem responder pelo crime de receptação”, aponta o MPF, que instaurou procedimento criminal nesta quinta-feira, 25.