Vídeo: “Militares não são cúmplices, são coautores”, diz Mandetta
Ao Metrópoles o ex-ministro da Saúde afirmou que “praticamente a totalidade” dos militares nomeados na pasta “não tinham preparo”
atualizado
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Em entrevista ao Metrópoles, Luiz Henrique Mandetta fez duras críticas ao trabalho realizado por militares da ativa nomeados para cargos administrativos do Ministério da Saúde — pasta que chefiou de janeiro de 2019 até abril de 2020. O ex-deputado federal pelo DEM afirmou que “praticamente a totalidade dos que foram fazer uma intervenção militar no Ministério da Saúde não tinham preparo para o assunto”.
Mandetta disse que há “uma relação direta entre a ocupação militar burra [do Ministério da Saúde] com as mortes [que poderiam ter sido evitadas com a vacinação mais célere]” (confira a partir de 11’50”). “Os militares não são cúmplices, são coautores”, afirmou.
“No episódio desse Roberto [Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde] eu só escuto coronel fulano, general não sei o quê. Eles são os responsáveis, sim. Eles mandaram membros da ativa do Exército para cumprir essa missão. E me parece que essa missão está eivada de vícios”, destacou (2′).
O ex-ministro defendeu a aprovação de uma legislação que determine que militares só possam assumir cargos públicos civis após deixarem formalmente as forças às quais são vinculados. “Não dá para ficar nesse limbo”, avaliou. “Somando salários. E isso incorpora para a aposentadoria. Quer dizer, uma coisa mesquinha”, completou (8’10”).
Na última quarta-feira (7/7), o ministro da Defesa, Walter Braga Neto, e os comandantes das Forças Armadas divulgaram nota em repúdio a declarações do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). Aziz disse, durante a sessão para ouvir Roberto Dias, que “há muitos anos o Brasil não via membros do lado pobre das Forças Armadas envolvidos em falcatrua dentro do governo”. Na nota, Braga Neto e os comandantes afirmaram que o parlamentar desrespeitou as Forças Armadas e que “não aceitarão qualquer ataque leviano”.
Para Mandetta, o texto é uma ameaça. O ex-ministro classificou a manifestação como “desproporcional e extremamente agressiva ao Senado da República”. “Foi uma ameaça. O Brasil está um barril de pólvora, com álcool, palha, gasolina, e o Bolsonaro está querendo fumar. Todo dia ele fala que não vai ter eleição, que a urna não presta, que é o meu Exército”, assinalou o ex-titular da Saúde.
Confira a primeira parte da entrevista: