Vídeo: militares ameaçam defensores de impeachment contra Bolsonaro
CML afirmou que evento não tem vínculo com a instituição e que não compactua com “conduta ilícita”, mas não informou se vai apurar o caso
atualizado
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Rio de Janeiro – Um grupo que se identificava como de integrantes da Brigada de Infantaria Paraquedista atacou defensores do impeachment do presidente Jair Bolsonaro, em manifestação no domingo (21/3), na porta da casa do chefe do Executivo federal, em condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
Com parte da farda, um homem que seria militar advertiu. “Aê, pessoal da canhota, da esquerda, do lado esquerdo. Quer dizer que vocês quer (sic) impeachment? Vocês quer (sic) derrubar o nosso presidente? Deixe eu falar um negocinho para vocês. É rápido, hein. Oh, ele não está sozinho, não, tá? Só para lembrar. Junta o que vocês tiver (sic) de melhor e tenta!”, afirmou.
Veja o vídeo:
O Metrópoles enviou o vídeo ao Comando Militar do Leste (CML). Em nota, a Seção de Comunicação Social da corporação informou “que não há nenhuma relação da Instituição com o evento citado”. E complementou: “O Exército Brasileiro não compactua com qualquer tipo de conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando veementemente atitudes e comportamentos em conflito com a lei, com os valores militares e/ou com a ética castrense”.
A instituição, no entanto, não respondeu se abriria inquérito para apurar o caso.
O Ministério Público Militar ainda não se pronunciou.
O que diz a lei
Os militares do Exército e de todas as organizações militares brasileiras são proibidos, por lei, de se manifestar sobre questões políticas e partidárias. Segundo o Decreto nº 4.346, de 2002, não são permitidas manifestações públicas de integrantes da ativa, sem autorização, a respeito de assuntos de natureza político-partidária. Também é proibido usar a farda ou parte dela. As punições variam de advertência até prisão disciplinar por até 30 dias.