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Vídeo: “Lula e Bolsonaro vivem um do outro, eles se alimentam da polarização”, diz Mandetta

Em entrevista ao Metrópoles, ex-ministro afirmou que o cenário prejudica a consolidação de “uma liderança não tóxica dentro do Brasil”

atualizado

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Rachel Sheherazade entrevista Mandetta
1 de 1 Rachel Sheherazade entrevista Mandetta - Foto: Metrópoles

Ex-ministro da Saúde e postulante a presidenciável, Luiz Henrique Mandetta (DEM) afirmou, em entrevista ao Metrópoles, que o antagonismo entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (sem partido) compromete o “crescimento de uma liderança não tóxica dentro do Brasil”. “Lula só existe por causa de Bolsonaro e Bolsonaro só existe como possibilidade por causa de Lula. Eles cultuam os opostos”, destacou (confira a partir de 12′).

O ex-deputado federal disse que as manifestações populares contra Jair Bolsonaro “não são orgânicas”: “É o Lula fazendo campanha”. “E uma campanha contra o Bolsonaro, porque Lula e Bolsonaro vivem um do outro, eles se alimentam da polarização”, afirmou.

“São manifestações feitas, basicamente, pelos movimentos estruturados, ligados politicamente ao PT. Parece que eles [Lula e Bolsonaro] combinam, né? Nesse final de semana eu não vou, você vai. Porque se forem os dois ao mesmo tempo vai ter uma guerra campal. Então, isso mantém a polarização, faz com que o homem comum tenha que ficar entre o lado a e o lado b, o que diminui a possibilidade de crescer uma liderança não tóxica dentro do Brasil”, disse (13’).

Apesar do cenário, Mandetta disse que se sente pronto e preparado para participar da disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. O ex-ministro, no entanto, ponderou que ainda é cedo para definições, que há tratativas em andamento envolvendo diversas siglas em busca da consolidação de uma terceira via e lembrou que o seu partido também discute lançar o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), na corrida pelo Palácio do Planalto.

CPI e impeachment
Responsável pela nomeação de Roberto Dias, exonerado após denúncia de que teria cobrado propina para a aquisição de vacinas, Mandetta afirmou que ele foi escolhido para o cargo de direção no Ministério por ter um “bom currículo” e que a decisão foi técnica. “Nunca tive nenhum tipo de ruído [com elel]”, pontuou (10”). “O que me chama a atenção é que quando eles me tiram [do cargo de ministro] foi todo mundo sendo mandado embora e ele ficou e na [área de] logística que, em tese, era o que justificava a presença dos generais”, disse.

Apesar do andamento das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, o ex-ministro da Saúde afirmou que não acredita que qualquer pedido de impeachment contra Bolsonaro prosperará no Congresso Nacional. “O chamado centrão gosta muito mais do Bolsonaro fraco como ele está. O PT adora esse presidente com o olho roxo, os quatro dentes banguela na frente. É com ele que o PT quer disputar em 2022”, afirmou.

Tratamento precoce
O ex-ministro da Saúde afirmou que a prescrição de cloroquina e do chamado tratamento precoce enriqueceu muitos médicos e criticou a postura do Conselho Federal de Medicina (CFM) diante do uso de medicamentos sem eficácia comprovada no combate à Covid-19.

“O CFM lavou as mãos. É mais grave quando você fala: eu não vou observar e não vou julgar, cada um faz o que quiser. Ele é uma autarquia federal custeada por dinheiro público e ele tem o dever de dar a baliza técnica”, disse. “Foi uma manobra de omissão”, avaliou.

De acordo com Mandetta, médicos que receitam cloroquina aos pacientes chegaram a receber mais de R$ 100 mil por dia prescrevendo cloroquina. “Esse pessoal atendia 30, 40, pessoas por dia por teleconsulta, cobrando de R$ 3 a R$ 4 mil por atendimento”, afirmou.

Disputa pelo STF
Na última quarta-feira (7/7), Bolsonaro afirmou vai indicar o advogado-geral da União, André Mendonça, para ocupar a vaga que será aberta com a aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Mandetta elogiou Mendonça e afirmou que o considera qualificado para o posto. “Tem muito conhecimento jurídico, conhece Brasília, conhece as contas públicas. Eu não vejo problema nenhum em ser evangélico ou ser católico”, disse (6′).

O ex-ministro, no entanto, criticou os motivos que podem ter levado Bolsonaro a optar pelo advogado-geral da União. “A indicação para o Supremo que já foi uma coisa de pompa e circunstância virou competição de quem é mais subalterno ao chefe”, afirmou. “No entanto, as pessoas são submissas enquanto elas querem ganhar o prêmio”, alertou. Mandetta avaliou que o outro postulante ao posto, o procurador-geral da República Augusto Aras, pode mudar de postura por ter sido preterido. “Tem tempo de corrigir sua biografia”, disse.

Confira a segunda parte da entrevista:

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