Vídeo. Lula sobre polícia no Rio: “Precisa saber diferenciar pobre de bandido”
Presidente Lula citou o caso do adolescente Thiago Flausino, de 13 anos, e disse que ele foi “assassinado por policiais”
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a atuação da segurança pública do Rio de Janeiro (RJ), nesta quinta-feira (10/8), ao citar a morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, baleado em operação da Polícia Militar no fim de semana.
“O povo preto, pobre, da periferia, que precisa ser tratado com respeito. Para que nunca aconteça o que aconteceu com um menino de 16 anos [Thiago tinha 13], que foi assassinado por um policial despreparado ou irresponsável”, afirmou o presidente durante evento na capital fluminense.
“A gente não pode culpar a polícia, mas a gente tem que dizer que um cidadão que atira em um menino que já estava caído é irresponsável ou não estava preparado para ser policial”, prosseguiu.
O sermão de Lula no governador do RJ sobre segurança pública
Lula está no Rio de Janeiro para o lançamento de uma série de investimentos em mobilidade urbana na capital fluminense, acompanhado do governador Cláudio Castro (PL), e do prefeito, Eduardo Paes (PSD). A fala ocorreu durante a cerimônia que marca o início das obras do Anel Viário de Campo Grande, no bairro fluminense.
Nesta sexta-feira (11/8), o petista anuncia o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), também no Rio.
Virado para Castro, Lula cobrou que a polícia saiba diferenciar “o que é bandido e o que é um pobre que anda na rua”.
“Precisamos criar condições para que a polícia seja eficaz, mas, ao mesmo tempo, saiba diferenciar o combate ao crime organizado do povo que circula nas ruas. Precisamos criar as condições necessárias, junto ao governo do estado, para que as pessoas possam ter uma casa, comer bem e passear sem medo de bala perdida.”
Relembre o caso
Thiago Menezes Flausino, 13 anos, morreu baleado, na noite de domingo (6/8), durante operação da Polícia Militar na Cidade de Deus, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo familiares, o adolescente foi atingido por cinco disparos.
Além de acusar os PMs envolvidos na operação pela morte do adolescente, moradores da comunidade e a família da vítima alegam que os militares alteraram a cena do crime.
“Quando eles viram que a criança já estava morta com um tiro fatal, queriam tirar do chão o corpo da vítima. Nós peitamos e não permitimos que o levassem”, relatou uma testemunha.