Vídeo: juiz antecipa caso de advogado que foi a sessão do STJ com bebê
Era dia de o advogado Felipe Cavallazzi ficar com Lorenzo, de 1 ano, e ele levou o pequeno para o trabalho
atualizado
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Uma cena fofa chamou a atenção dos participantes da sessão de julgamento da Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na tarde desta quinta-feira (18/8). Pai divorciado, um advogado com causa pautada para a sessão do dia levou um bebê de colo para o plenário da Corte e motivou o presidente da sessão, ministro Mauro Campbell, a antecipar o julgamento que o bebê Lorenzo participaria indiretamente.
A sessão era híbrida, com alguns ministros participando virtualmente, mas o presidente da Segunda Turma, que estava no plenário presencialmente, viu a chegada do advogado Felipe Cavallazzi com o bebê Lorenzo, de 1 ano e 10 meses. Ao término de um dos itens da pauta, Campbell sugeriu:
“Senhora ministra, senhores ministros, eu vou… invocar o Estatuto da Criança e do Adolescente e também a Constituição, porque esta Turma está sendo honrada pela presença do Lorenzo, [que está] muito bem comportado, que já se agasalhou por causa do frio”.
A sugestão foi aceita na hora pelos demais ministros. “Observo que o Lorenzo, na hora que o nome dele foi citado, olhou pro pai. Está atento”, disse o ministro Herman Benjamin.
“Se comportou brilhantemente”, elogiou Mauro Campbell.
Veja:
Uma integrante da equipe de comunicação do STJ conversou com o advogado a pedido da reportagem do Metrópoles, que acompanhava a sessão de maneira remota. O advogado Felipe Cavallazzi contou que é divorciado da mãe do pequeno e que hoje era seu dia de cuidar dele. “Como era meu dia, trouxe para um dia de trabalho meu. Não queria abrir mão desse momento”, disse ele, que fez o experimento pela primeira vez.
“Lorenzo sempre foi muito comportado. Sempre vamos à missa e ele não chora. É uma criança tranquila”, disse o advogado. “Costuma dar mais trabalho quando está com sono ou com fome, mas ele veio dormindo no caminho”, completou ele, que ainda agradeceu ao ministro Mauro Campbell. “Não esperava isso do ministro, dar preferência ao meu caso. Fico muito agradecido”, disse o defensor.
Apesar da preferência, ao menos o pai de Lorenzo terá de voltar ao STJ por causa desse julgamento, que discute o prazo prescricional para julgar ação civil pública contra empresa, pedindo reparação civil por enriquecimento ilícito, decorrente de possível usurpação de patrimônio mineral pela exploração irregular de basalto em Santa Catarina. O ministro Francisco Falcão pediu vista e interrompeu o julgamento.