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Vídeo: jovens são presos por filmar PMs em acampamento bolsonarista

Dois estudantes filiados ao PT foram abordados e presos em Cuiabá (MT) após filmarem PMs se alimentando em acampamento bolsonarista

atualizado

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1 de 1 unnamed (1) - Foto: Reprodução

Dois jovens integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) foram presos pela Polícia Militar, na segunda-feira (12/12), após filmarem dois PMs fardados almoçando em acampamento bolsonarista em Cuiabá (MT). De acordo com os dois ativistas sociais, o grupo de manifestantes se incomodou com a gravação e, depois de descobrir a filiação ao movimento, pressionou os policiais a prenderem os autores do vídeo.

Denilson D’Arc, de 23 anos, e Clarinda Castro,22, esperavam o ônibus para a faculdade em frente à 13ª Brigada de Infantaria Motorizada do Exército, local onde apoiadores de Bolsonaro se reúnem na cidade desde o fim das eleições. Com a espera, os dois estudantes decidiram filmar o acampamento.

Entre os participantes do ato, a presença de dois policiais durante uma refeição chamou a atenção.

Assista ao vídeo abaixo:

No momento que perceberam o registro, os manifestantes questionaram Denilson sobre os motivos da filmagem.

“Começaram a fazer gestos para gente, dar dedo, desferir xingamentos. (…) Logo em seguida, um bolsonarista chegou até mim, já proferindo algumas ameaças, que, se aquela imagem chegasse a algum lugar, eu ia me arrepender”, relatou o jovem. De acordo com Denilson, esse mesmo homem falou aos policiais presentes que o vídeo gravado era para ofender e satirizar os PMs, o que, segundo os dois estudantes, não aconteceu.

Logo em seguida, os agentes iniciaram um processo de abordagem. Pediram os documentos de Denilson e Clarinda, além de revistar os dois. Durante esse processo, os manifestantes presentes no acampamento fizeram uma busca pelos nomes dos ativistas na internet, quando descobriram a filiação ao PT. Foi aí que, segundo as vítimas, os bolsonaristas começaram a pressionar os PMs pela prisão dos estudantes.

A abordagem

“Mesmo depois de toda a revista, eles disseram que eu seria conduzido à delegacia. Eu aceitei a revista, eles não encontraram nada. Foi o momento em que ficamos preocupados de verdade, porque sabíamos que não cometemos crime algum”, contou Denilson.

“Assim que eles abordaram o Denilson e disseram que o iam conduzir até a delegacia, falaram que ele precisaria de uma testemunha, e eu me prontifiquei”, contou Clarinda. Segundo a estudante, um outro bolsonarista também se voluntariou para depor, mas se negou a ir no mesmo carro que ela.

“O policial me pediu para ir no camburão junto com o Denilson, e eu fiquei sem entender. Eu perguntei o porquê, e o policial, com uma cara assustadora, pegou no meu braço muito forte e falou para eu entrar”, disse a ativista.

Assista ao momento da condução, registrado por Clarinda:

Os dois estudantes ficaram presos por, pelo menos, uma hora dentro viatura, até serem levados para a delegacia CISC Verdão. Uma advogada do PT foi enviada para prestar auxílio no caso.

Por volta das 23h do mesmo dia, cinco horas depois do início de toda a ação, os jovens prestaram depoimento e foram liberados.

Questionada pela reportagem sobre o caso, a Polícia Militar de Mato Grosso não retornou o contato. O espaço segue aberto.

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