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Vídeo: jovens denunciam agressão por parte de PMs em Goiás

A família de um dos jovens registrou boletim de ocorrência; segundo a corporação, procedimento interno deve ser aberto para apurar o caso

atualizado

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Reprodução/TV Anhanguera
goias abordagem policial aruanã
1 de 1 goias abordagem policial aruanã - Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Goiânia – Goiás registrou mais um caso de abordagem policial polêmica. Desta vez, o caso ocorreu no município de Aruanã, cidade turística na região oeste do estado, às margens do Rio Araguaia, nesse domingo (18/7). Dois adolescentes denunciam que foram vítimas de uma interpelação violenta de policiais militares e acreditam que tenham sido vítimas de racismo, pois são negros e levaram tapas no rosto, enquanto outro rapaz do grupo, branco, não apanhou.

Nesta segunda-feira (19/7), a família de um dos adolescente registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil. Os três jovens que estavam no comércio do pai de um deles, um guarda-barcos, devem ser ouvidos ainda nesta semana. O local, que fica mais afastado do centro da cidade, dá acesso ao rio.

Segundo a mãe de um dos adolescentes, eles teriam sido agredidos porque imitaram, em voz alta, o barulho de uma sirene de viatura. No entanto, um dos rapazes contou à TV Anhanguera/Globo que “era uma música que estava rodando. Nós estávamos escutando música e ela tinha uma sirene”, disse o adolescente.

A abordagem foi registrada por uma câmera de segurança. Pela imagens, é possível ver que dois policiais conversam com três adolescentes, porém, só um se aproxima dos jovens. Também é perceptível que dois dos três rapazes levam tapas no rosto.

“O outro não apanhou. Ele é branco. É só porque nós somos negros que apanhamos”, disse um dos garotos à emissora.

Ainda de acordo com os jovens, após a agressão, o policial que observava a ação foi até um carro estacionado do outro lado da rua, onde estava uma turista que filmou a cena pelo celular. “Ele fez a mulher apagar a filmagem, a turista”, relatou o garoto.

Veja o vídeo:

O Metrópoles solicitou resposta da Polícia Militar sobre o caso. Por meio da nota, a corporação informou que “o Comandante do 4º Comando Regional afastou o policial militar das funções operacionais e determinou a abertura de procedimento administrativo disciplinar para apurar a conduta”.

Ainda na nota, a PM diz que não compactua com qualquer tipo de abuso de autoridade. “Todas as condutas que extrapolem os limites da lei são apurada com o rigor pertinente”.

Polêmicas

Na semana passada, uma haitiana sofreu uma abordagem violenta no município de Anápolis, a cerca de 55 km de distância da capital goiana. Câmeras de segurança flagraram o momento em que a mulher leva um golpe no pescoço, mais conhecido como mata-leão, de um policial militar.

Neste caso, a corporação teria sido chamada ao local por vizinhos da mulher, que alegaram que o som estava muito alto e causava perturbação. Com a chegada da Polícia Militar, os vizinhos teriam agredido verbalmente a lojista e a chamado de “preta imunda”. Contudo, o dono do local onde a mulher reside afirma que tudo é implicância.

Youtuber negro

O ciclista Filipe Ferreira, de 29 anos, anunciou em seu canal no YouTube, no final do mês de junho, que decidiu se mudar de cidade depois de se sentir intimidado por policiais militares. Ele foi vítima de uma abordagem policial constrangedora na manhã de 28/5 deste ano em uma praça de Cidade Ocidental, Entorno do Distrito Federal, e denunciou o caso nas redes sociais.

No dia da ocorrência, Filipe realizava manobras radicais de bicicleta em uma praça, quando foi abordado por dois militares. Vídeo feito pelo próprio youtuber mostra que um dos policiais aponta a arma para ele e outro o algema por “não obedecer ordem legal”, depois que o jovem questionou o motivo da abordagem.

Ainda na filmagem, o policial diz enquanto aponta a arma para Filipe: “Resiste aí para você ver o que vai acontecer contigo”. O vídeo teve muita repercussão nas redes sociais e foi compartilhado por influenciadores digitais, políticos e celebridades. A acusação contra o jovem negro foi arquivada.

“O negócio ficou bem mais apertado, porque tive que mudar de cidade. Minha mãe teve que mudar de cidade, tivemos que sair correndo, abandonar tudo. Mas é isso mesmo, eu não vou me calar. Vou com isso até o fim”, declara Filipe no último vídeo.

A Justiça rejeitou denúncia do MPGO contra os dois policiais militares no caso.

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