Vídeo: homens depredam bar de mulher trans e a ameaçam
De acordo com testemunhas, o plano era matá-la, e não apenas destruir o estabelecimento. O caso aconteceu no Rio Grande do Norte
atualizado
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Monike Oliveira, um mulher trans e negra, teve o seu bar depredado por um homem nessa terça-feira (30/06), no município de Pau dos Ferros, no interior do Rio Grande do Norte. O caso correu um dia depois de a proprietária defender uma mulher vítima de violência no estabelecimento. As informações são do site Ponte.
Na segunda-feira (29/6), um homem que bebia no local iniciou uma discussão com uma mulher e jogou um copo de vidro contra ela. “Pedi para ele se acalmar e disse que não queria esse tipo de briga no bar. Me chamou de ‘viado safado’ e disse que ia me matar”, relatou Monike .
No dia do crime, o agressor e outras duas pessoas voltaram ao bar. Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica o bar mostram um deles derrubando o portão do estabelecimento.
Veja:
Segundo relato de Monike, que conversou com testemunhas que estavam próximas ao local na hora da invasão, o plano dos homens era matá-la, e não apenas depredar o estabelecimento. No entanto, ela não estava no local porque tinha ido até a casa da mãe. Porém, cadeiras e copos foram quebrados e a moto comprada recentemente por Monike, que estava dentro do estabelecimento, foi jogada no chão.
“Foi realmente uma dessas situações que a gente pensa em intervenção divina. Se eu estivesse lá, poderiam ter me agredido ou pior”, afirmou.
Monike também conta que as testemunhas relataram que, ao chegaram ao local, os invasores ordenaram que um grupo de pessoas que estavam reunidas perto do bar se retirasse. Ao identificar que a proprietária não estava lá, disseram em voz alta na rua que voltariam para “pegá-la”.
“Tenho muito medo que voltem para me matar. Eu não consigo entender por que eles querem fazer isso comigo, eu fiz o que qualquer dono de bar faria. Eu apenas pedi para ele me respeitar, porque me chamou de ‘viado safado’ e eu disse que eu tinha nome, que não me tratasse como um bicho do mato”, resssaltou.
Mesmo temendo represálias, Monike, seguindo orientação policial, foi registrar um boletim de ocorrência.
O caso está sendo acompanhado pela Coordenadoria de Diversidade Sexual e de Gênero da Secretaria de Mulheres, Juventude, Igualdade Racial e Direitos Humanos do RN (SEMJIDH).