Vídeo: Goiânia registra novo caso de não aplicação de vacina em idoso
O filho do idoso registrou, por meio de um vídeo, o momento em que a profissional enfia a agulha no braço do pai e não aplica o líquido
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Foi registrada nesta quinta-feira (18/2), em Goiânia, mais uma denúncia polêmica de não aplicação da vacina contra a Covid-19. Leonardo Lopes Peres, de 45 anos, filmou o momento em que uma técnica de enfermagem enfia a agulha no braço do pai, Osvaldo de Almeida de Peres, de 84 anos, mas, segundo ele, a profissional não injeta o líquido.
O caso ocorreu em um posto de vacinação drive-thru, no Setor Universitário, região central da capital, e é investigado pela Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS).
Veja o vídeo:
Na gravação, é possível escutar que Leonardo chama a atenção da técnica de enfermagem quanto à aplicação da vacina. Ao ser cobrada, a profissional reconhece que o líquido não foi aplicado e pede “desculpas de verdade”.
“Até passarmos pela triagem estava tudo certo. Quando ela veio com a seringa, eu comecei a filmar e vi que ela só enfiou a agulha no braço do meu pai e tirou sem injetar nada. Na hora, eu vi o líquido na seringa e falei para ela que ela não tinha vacinado meu pai”, disse Leonardo ao portal G1.
De acordo com Leonardo, ele decidiu filmar a vacinação do pai para compartilhar o momento com a família. No entanto, apesar de ter tido conhecimento do caso da idosa de 88 anos que também não recebeu a dose da vacina na primeira aplicação, ele se disse surpreso com a situação. Depois da cobrança, o idoso foi imunizado.
Estímulo
Por meio de nota, a SMS afirmou que tem estimulado a população a filmar o gesto vacinal, o que pode oferecer maior tranquilidade às famílias, além da adoção de um protocolo de segurança no qual enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalham em dupla, sendo que um deles mostra a seringa antes do preparo e também após a aplicação da dose.
Leia a nota:
“Em relação ao fato ocorrido nesta quinta-feira (18/02), esclarecemos que a técnica de enfermagem que aplicou a dose é servidora da Associação dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (AFFEGO-Saúde), instituição parceira na Campanha de Vacinação Contra a Covid-19.
A SMS e a AFFEGO estão investigando o episódio para tomar as medida cabíveis. Vale ressaltar que o idoso foi vacinado.
A SMS destaca ainda que já aplicou nas últimas semanas 69.061 doses de vacina contra a Covid-19, contando com suporte de profissionais qualificados e dedicados, além de uma fiscalização rigorosa”.
Outro caso
No primeiro dia de vacinação de idosos acima de 85 anos contra a Covid-19 em Goiânia, na semana passada (10/02), já houve um caso suspeito. A filha de uma idosa de 88 anos registrou o momento em que a mãe receberia a primeira dose da Coronavac e percebeu, além da rapidez da enfermeira, que o líquido da vacina continuava na seringa, após ele ter sido aparentemente injetado.
A filha da idosa, Luciana Maria Jordão, de 57 anos, disse ter questionado a profissional na hora. A princípio, a técnica em enfermagem teria desconversado, mas, em seguida, admitiu o erro, pediu desculpas e então injetou a vacina na senhora Floramy de Oliveira Jordão.
A profissional compareceu ao Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), onde foi ouvida pela promotora Marlene Nunes Freiras Bueno, que instaurou procedimento de investigação para apurar o caso e os fluxos padrões da campanha de vacinação contra a Covid-19 em Goiânia.
Além da enfermeira, foram ouvidas a filha da idosa, que gravou o vídeo e uma outra profissional da saúde, que forneceu informações sobre os fluxos e cuidados de todo o processo de vacinação.
Investigação sob segredo
A investigação corre em segredo e ainda não se sabe o motivo alegada pela enfermeira para ter deixado de vacina a idosa. “Ela descreve nos autos situações do ambiente e, naturalmente, todas as declarações serão contrastadas com outros elementos que estão sendo colhidos”, diz a promotora.
Também foi aberta uma investigação ético-disciplinar no Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO), para avaliar as circunstâncias do caso. A enfermeira foi afastadas da campanha de imunização, mas, segundo o órgão, ao que tudo indica, o erro foi involuntário.