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Vídeo: Eduardo Moreira diz que novo Bolsa Família é “potencialmente perverso”

Ao Metrópoles, o empresário afirmou que possíveis cortes para financiar a ampliação do benefício podem ser crueis com os mais pobres

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Ex-banqueiro, o empresário Eduardo Moreira manifestou, em entrevista ao Metrópoles, preocupação com a origem dos recursos que irão financiar a ampliação do Bolsa Família. Moreira também destacou os possíveis objetivos eleitorais do projeto de expansão do benefício.

“Essa história de aumentar o Bolsa Família, além de eleitoral, pode ser extremamente perversa, dependendo de onde o governo vai tirar dinheiro para fazer esse pagamento”, afirmou (confira a partir de 20’46”). O empresário destacou que o projeto só deve ser implementado em 2022, ano das próximas eleições presidenciais.

Para Moreira, é importante saber de onde virá o dinheiro. “O governo estava falando que vai vir do abono salarial, que vai deixar de pagar o abono para financiar o novo Bolsa Família. Tirar de quem ganha até dois salários mínimos para pagar para quem não tem nada para sobreviver e deixar os bilionários intocáveis é, para mim, uma falta total de sensibilidade, de humanidade e de compreensão da solução que o país precisa”, criticou.

Ex-sócio do maior banco de investimentos do país, Moreira deixou a carreira no mercado financeiro para dar aulas e palestras sobre economia e escrever sobre o assunto. Autor de dez livros, Moreira conta com quase meio milhões de inscritos em seu canal no Youtube. Ao Metrópoles, o empresário comparou os agentes do mercado com um “sequestrador”.

“Se não passar a reforma da previdência, ninguém mais vai ser empregado, se não passar a reforma trabalhista, o Brasil vai ter um recorde de desemprego, se não passar a reforma administrativa, a economia brasileira vai quebrar. E a gente vai passando as reformas e não acontece nada. É como um sequestrador, disse.

De acordo com ele, “o mercado sempre vai chantagear”. “Essa é a regra. Cabe a nós entender que é uma chantagem e fazer o que precisa ser feito independentemente do que os donos de bancos e corretoras falam que tem que ser feito”, afirmou.

Apesar de criticar o projeto de ampliação do Bolsa Família, Moreira defendeu iniciativas de distribuição de renda, principalmente diante das consequências econômicas decorrentes da pandemia de Covid-19. “Em um momento como esse da economia você tem que fazer com que os recursos cheguem nas camadas mais pobres, porque um real que cai na mão de alguém muito rico não volta como um real para a economia. Essa pessoa não gasta aquilo que ela ganha, ela poupa, é excesso”, argumentou.

“Agora, se você faz com que um real caia na mão de alguém que tá passando fome, esse um real volta para economia. Ela não vai poupar esse dinheiro. É com esse dinheiro que ela vai comprar carne, o dono do mercado vai ligar pro armazém para repor o estoque, o dono do armazém vai contratar o caminhão, o motorista do caminhão vai parar no posto, o posto vai ter o frentista”, explicou.

Ministério da Economia
Eduardo Moreira classificou a gestão de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia como “absolutamente desastrosa”. “Todos os números que você pegar vão mostrar o desastre total. Paulo Guedes falou de fazer política social dando resto de comida, reclamou que tinha empregada que ia para a Disney”, criticou.

O empresário cobrou previsibilidade da pasta — e do governo federal — e afirmou que a insegurança trava ivestimentos. “O processo econômico é: investimento, risco e retorno. Quanto maior a fase do risco, da incerteza, menos as pessoas investem. Para você gerar riqueza, você começa abrindo mão de riqueza. Antes de você ficar mais rico, você fica mais pobre. Ninguém começa um investimento sem colocar em risco uma parte do dinheiro que ele tem”, avaliou.

“Foi isso que aconteceu ano passado. O recorde da poupança dos brasileiros no auge da crise. Ou seja, ninguém gastou nada com medo do que ia acontecer e aí a economia trava”, disse.

Moreira classificou Paulo Guedes como “o maior representante que o mercado já teve” no governo. No entanto, destacou que os bancos não são fiéis a políticos. “O mercado é igual ao Centrão: está junto com quem está no poder”, afirmou. “Se outro candidato se eleger, seja o Lula, o Ciro, o Haddad, qualquer um deles, você pode ter certeza que, em menos tempo do que você imagina, o mercado vai estar em paz com que assumir o poder. Porque o mercado precisa dessa relação para fazer o que ele sempre fez no Brasil”, avaliou.

Na entrevista, Eduardo Moreira também falou sobre o andamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, da demissão de Ricardo Salles do cargo de ministro do Meio Ambiente e das expectativas para as eleições de 2022. Confira:

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