Vídeo: deputado do PL acusa MST de comprar arroz da Feira do Guará
Discurso do deputado Eder Mauro (PL-PA) ocorreu na Câmara durante a segunda sessão da CPI que apura atividades do MST
atualizado
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A segunda sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Teto (MST) na Câmara dos Deputados tem sido marcada por confusões ao longo desta quarta-feira (24/5).
Nesta tarde, o deputado Eder Mauro (PL-PA) acusou agricultores do grupo de comprarem arroz na Feira do Guará, localizada a 16 quilômetros do centro de Brasília, e revender como se fosse parte da produção própria do movimento.
“O MST não planta neste país. Este arroz que é trazido para cá eles compram na Feira do Guará, embalam com outra embalagem qualquer para meter na cabeça das pessoas aqui de que se trata de plantação de MST. Quem planta neste país é o pequeno agricultor, o médio agricultor, o grande agricultor que alimenta a casa de cada um. MST é um grupo formado pela esquerda dirigida”, disse Mauro.
Veja:
Relatório divulgado pelo Instituto Rio Grandenso do Arroz (Irga) em 2022 aponta que o MST é considerado o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.
No entanto, se comparada com a produção de arroz comum, plantado com mais agrotóxicos, a plantação do MST ainda tem números considerados baixos.
Palavrão
Antes de acusar o MST de revender produtos da Feira do Guará, Eder Mauro foi criticado por governistas por falar um palavrão em meio à sessão.
“Primeiro, [estão] tentando fazer do agro o criminoso, e dos bandidos os mocinhos. E em segundo lugar, querendo colocar na cabeça do povo brasileiro que está nos assistindo que MST planta alguma coisa. Que MST é produtor. Porra nenhuma. Não plantam”, disse Eder Mauro.
Em seguida, colegas pediram que a fala de Eder seja retirado dos anais da Câmara — publicação oficial que contém discursos parlamentares. Eder se defendeu e disse que o palavrão é apenas uma forma de expressar supresa.
“Senhor presidente, quero dizer ao colega que procure no dicionário a palavra porra e me diga se é alguma coisa depreciativa. Pelo que eu saiba, é uma intervenção que significa espanto. Se ele provar o contrário, pode tirar dos anais de quem quiser”, disse.
Aprovação de requerimentos
Ao longo da sessão, os deputados aprovaram o convite aos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Regional e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, para prestar esclarecimentos sobre invasões de terras pelo MST.
Também foram aprovados pedidos de informações ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre a desistências de obtenção de imóveis entre 2012 e 2022. Nomes ligados ao MST também tiveram convite aprovado.