Vídeo: defensora pública do Rio chama entregador de “macaco”
Durante entrega, trabalhador foi xingado de “macaco” pela dona da casa; caso foi registrado como injúria racial e é investigado pela polícia
atualizado
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Rio de Janeiro – A Polícia Civil investiga como injúria racial em Niterói, na região metropolitana do Rio, um caso em que uma defensora pública aposentada chama um entregador de “macaco”.
Veja o vídeo em que é possível ouvir a mulher xingar o rapaz:
A vítima, Eduardo Peçanha, disse ao Metrópoles que se sentiu humilhada por Cláudia Alvarim Barrozo: “Sentimento de humilhação. Isso é algo que negros vivem no dia a dia, mas não imaginamos que vá acontecer assim com a gente”.
O boletim de ocorrência foi feito na terça-feira (3/5), três dias após o episódio, que aconteceu no último sábado (30/4).
“Palhaço, otário, macaco”
Na ocasião, Eduardo e outro entregador, Jonathan Souza, fizeram uma entrega para um site de vendas em um condomínio de luxo, por volta das 15h30. Os dois estacionaram a van em frente à casa em que precisavam realizar a entrega do pedido.
Ao Metrópoles, Eduardo afirmou que a mulher pediu que os dois tirassem o veículo da porta da casa dela para que pudesse sair com seu carro. “Erramos em parar ali, mas o Jonathan só pediu um minuto. Ela já veio falar com a gente de forma grosseira, ameaçando e xingando”.
No momento em que a mulher foi falar com os trabalhadores, Eduardo estava fora da van, então o colega explicou para a mulher que não poderia fazer a manobra porque não tinha carteira de motorista.
Foi quando, de acordo com o registro, ela chamou um dos entregadores de “palhaço, otário, babaca, macaco”. No vídeo, é possível ouvir com clareza a palavra “macaco”.
“Estamos bem amparados pelo nosso advogado, agora só esperamos Justiça”, afirmou o motorista.
Segundo o advogado responsável pela defesa dos dois, Joab Gama de Souza, Jonathan está sendo incluído como vítima no caso de injúria na manhã desta quinta-feira (5/5), já que no dia do registro de ocorrência não pôde comparecer à delegacia.
O caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu) como “injúria por preconceito”. Segundo a corporação, imagens de câmeras de segurança foram solicitadas e a autora foi intimada para prestar esclarecimentos.