Vídeo: ato em SP contra o golpe de 1964 pede impeachment de Bolsonaro
Nesta quarta (31/3), manifestantes protestaram contra as comemorações do golpe que instituiu a ditadura militar entre 1964 e 1985 no Brasil
atualizado
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São Paulo – Cerca de 100 pessoas compareceram, nesta quarta-feira (31/3), a um ato em São Paulo contra os 57 anos do golpe militar. A passeata aconteceu em meio à decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de trocas o comando das Forças Armadas.
A manifestação teve início às 15h, no vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, e seguiu até a antiga do Departamento Estadual de Ordem Política e Social do Estado de São Paulo (DEOPS-SP), na região da Luz, centro da capital.
Os participantes gritaram palavras em defesa da democracia e pelo impeachment de Bolsonaro. O encontro foi organizado por partidos de esquerda e bloqueou uma faixa da avenida. A Polícia Militar acompanhou o protesto e não registrou nenhum incidente.
Presente no ato, a aposentada Joanildes de Sousa, 73 anos, contou ao Metrópoles que os anos de ditadura militar foram difíceis para ela.
“Eu já vivi uma ditadura, não tive a oportunidade de estudar, vivi na miséria, vi morrer gente. Estamos vivendo uma segunda ditadura agora em que se morre pela doença [Covid-19] e pelo abandono do Estado”.
Para a militante Nina Tenório, 22 anos, a realização do ato reforça a valorização do sistema democrático. Ela avalia que o governo federal vigente flerta com a sistema militar que comandou o Brasil de 1964 a 1985.
“A gente está vivendo um momento absurdo em que o governo pede para comemorar a ditadura. Houve perseguição a movimentos populares, organizações de trabalhadores, tortura. Não podemos deixar que comemorem esse dia”, reagiu.
Críticas a Jair Bolsonaro
Os manifestantes criticaram as ações tomadas por Bolsonaro no combate à pandemia de Covid-19. Eles levantaram cartazes pela vacinação em massa da população brasileira. O país vive a pior crise sanitária da história e registra mais de 317 mil mortes pelo novo coronavírus até esta quarta.
O agente de apoio socioeducativo Luiz Antonio, 65 anos, se diz contrário às políticas de Bolsonaro. “É um governo genocida que tem tratado a pandemia como uma gripezinha. É um cara insensível a essa questão sanitária que é tão séria no Brasil”, declarou.
Confira imagens:
Além dessas pautas, o nome de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi lembrado no ato. Os participantes apontam o ex-presidente como principal nome da esquerda para as eleições presidenciais de 2022.
Vestida com uma camiseta “Lula livre”, a professora aposentada Sálvia Correia, 65 anos, defende a candidatura do petista, que está elegível após o Superior Tribunal Federal (STF) anular os processos na Operação Lava Jato.
“Ele é o único nome na esquerda que pode combater o bolsonarismo. Não é questão de vê-lo como ídolo, é a pessoa mais viável que pode trazer a conciliação com povo brasileiro diante dessa tragédia”, disse.