Vídeo: advogada usa frase nazista contra governador Eduardo Leite
Polícia abriu inquérito para investigar uso da expressão “Arbeit macht frei” (“O trabalho liberta”), inscrita nos portões de Auschwitz
atualizado
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A advogada Doris Denise Neumann usou uma expressão nazista contra o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Em um vídeo, a advogada disse “Arbeit macht frei”, que significa “o trabalho liberta”.
Durante o regime nazista, a frase foi afixada em portões de campos de concentração, inclusive em Auschwitz, considerado o maior deles.
No vídeo que circula nas redes sociais, a advogada diz: “Os alemães vão entender a frase que eu vou falar: Arbeit macht frei. Não foi isso que a gente aprendeu? Que o trabalho nos faz ser livres. Pois aqui nós estamos reivindicando o trabalho. Se o governador, que foi posto por nós no poder, decidir que nós não podemos trabalhar, a gente tira ele”.
Assista:
Em meio a protesto contra as medidas para conter o avanço da pandemia do governador @EduardoLeite_, militante bolsonarista evoca frase do nazismo para justificar a abertura geral das cidades. Em ambos os casos, usadas em desfavor da vida de outras pessoas. pic.twitter.com/ngkHxq7pMP
— O Rei do Gado™ (@oreidogado_) March 10, 2021
O vídeo foi feito durante um protesto contra o fechamento de atividades consideradas não essenciais, medida que foi determinada por decreto estadual, como forma de conter o contágio da Covid-19. O evento durou cerca de 3h e causou aglomerações.
Segundo a delegada Andrea Mattos, responsável pela investigação, a polícia abriu um inquérito contra Doris, com base no artigo 20 da Lei nº 7.716, de 1989. O trecho da legislação estabelece que configura crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, que pode resultar em prisão de um a três anos, além de multa.
Doris pode ainda ser enquadrada dentro da Lei de Segurança Nacional, por “fazer em público a propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social”, observa a delegada, citando a legislação. Neste caso, o crime pode resultar em prisão de um a quatro anos.