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Vice-líder do governo diz que Lula se sentiu traído por Gonçalves Dias

Deputado Lindbergh Farias afirmou que houve uma “quebra de confiança” entre Lula e o ex-ministro-chefe do GSI, general Gonçalves Dias

atualizado

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Edilson Rodrigues/Agência Senado
Lindbergh Farias (PT-RJ)
1 de 1 Lindbergh Farias (PT-RJ) - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Vice-líder do governo no Congresso Nacional, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta quinta-feira (20/4) que acredita no sentimento de “traição” sentido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a divulgação de um vídeo que mostra o chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões golpistas de 8 de janeiro.

Gonçalves Dias, até então ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, pediu demissão na última quarta-feira (19/4), quando as imagens vieram à tona.

“Houve uma quebra de confiança [com o general], porque o presidente Lula queria os vídeos, queria ver tudo. E na verdade disseram que esse vídeo não existia. Não sei se o problema foi com Gonçalves Dias, ou com outras pessoas do GSI. Tinham muitas pessoas no GSI ligadas ao general Heleno. Acho que no mínimo houve leniência, tinha que ter dado voz de prisão. Mas o presidente se sentiu traído por não ter o vídeo e descobrir o vídeo depois em um órgão de comunicação”.

A declaração foi dada um dia após o govereno anunciar adesão à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os atos golpistas de 8 de janeiro.

Nas gravações é possível ver, além de Gonçalves Dias, militares do GSI, que são responsáveis pela segurança de autoridades e do Planalto, guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.

As imagens das câmeras de segurança do Planalto levaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a convocar uma reunião de emergência com ministros do governo para tratar o assunto. Estiveram presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio); Rui Costa (Casa Civil); Flávio Dino (Justiça), Alexandre Padilha (Relações Institucionais); e Paulo Pimenta (Comunicação Social).

Após o ocorrido com Gonçalves Dias, os líderes de Lula no Congresso decidiram apoiar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). A criação de uma CPMI para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro tem sido apoiada e incentivada pela oposição.

“Não temos temor algum, queremos que todos os que participaram por atos de ação e omissão sejam responsabilizados. No caso do general houve uma quebra de confiança [com Lula]. Acho que nessa comissão vai vir à tona a participação de militares. Como o comando militar do Palácio estava tão desguarnecido? Isso tudo vai vir à tona. Se teve alguém que pecou por omissão, tem que pagar”, defendeu o deputado Lindbergh Farias.

CPMI

Desde o início do ano legislativo, parlamentares da oposição pressionam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pela instalação de uma CPMI. Para que o colegiado seja instalado, é necessária a adesão de 171 deputados e 27 senadores.

Com a adesão de parlamentares suficientes, a instalação da CPMI é automática. No entanto, é preciso que o requerimento, de autoria do deputado André Fernandes (PL-CE), seja lido em sessão do Congresso Nacional.

A expectativa era de que o documento com assinaturas de opositores fosse lido por Pacheco, que também preside o Congresso, na sessão de quarta-feira (18/4). No entanto, após pressão de governistas, a sessão foi adiada para a próxima quarta-feira (26/4).

Imagens do Planalto

Gonçalves Dias, então ministro-chefe de Lula, aparece nas imagens divulgadas pela CNN dentro do Palácio do Planalto durante as invasões do dia 8 de janeiro. No vídeo é possível visualizar o general caminhando pelo terceiro andar, onde fica o gabinete da Presidência. O ministro chega a conversar com alguns invasores.

Dias deixou o cargo na tarde de quarta-feira (19/4), após reunião com Lula. Após o pedido de demissão, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República disse que “não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”.

Para o lugar de Dias foi indicado, interinamente, Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Homem de confiança do ministro Flávio Dino, ele também foi interventor na segurança pública do Distrito Federal este ano, após os atos golpistas.

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