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Vereadores de São Simão (GO) cassam prefeito acusado de pedofilia

Francisco de Assis Peixoto (PSDB) chegou a ser preso. Ele é acusado de ter praticado crimes sexuais contra crianças e adolescentes da região

atualizado

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Prefeito preso pedofilia Sao Simao Goias
1 de 1 Prefeito preso pedofilia Sao Simao Goias - Foto: Reprodução/redes sociais

Goiânia – O prefeito licenciado de São Simão, Francisco de Assis Peixoto (PSDB), foi cassado em sessão extraordinária realizada nesta segunda-feira (25/10) pela Câmara Municipal da cidade do sudoeste de Goiás, a 370 km da capital. O político é suspeito de crimes sexuais contra várias crianças e adolescentes da região.

Ele chegou a ser preso e foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) e indiciado pela Polícia Civil por pedofilia e outros crimes.

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Placar da sessão que julgou o impeachment foi de 9 a favor e apenas 2 contrários
Plenário seguiu o relatório da comissão processante, que recomendou a cassação do mandato
Prefeito foi denunciado por importunação sexual contra duas vítimas
Prefeito teve cargos no Detran e na Secretaria Cidadã, durante o governo Marconi Perillo (PSDB)
Posse de prefeito de São Simão (GO) no dia 1/1 contou com representantes das religiões Católica, Evangélica e Espírita
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Vereadores de São Simão (GO) cassaram o mandato do prefeito Francisco de Assis Peixoto (PSDB)

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Placar da sessão que julgou o impeachment foi de 9 a favor e apenas 2 contrários

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Plenário seguiu o relatório da comissão processante, que recomendou a cassação do mandato

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Prefeito foi denunciado por importunação sexual contra duas vítimas

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Prefeito teve cargos no Detran e na Secretaria Cidadã, durante o governo Marconi Perillo (PSDB)

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Posse de prefeito de São Simão (GO) no dia 1/1 contou com representantes das religiões Católica, Evangélica e Espírita

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Assis Peixoto faz oração durante posse de seu terceiro mandato como prefeito de São Simão (GO)

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Político tem longa trajetória em São Simão e região. Ele chegou a ser secretário de estado

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Adolescente de 15 anos gravou videochamadas com o prefeito Assis Peixoto

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Print de conversa atribuída a prefeito com adolescente. Assis Peixoto, prefeito de São Simão (GO), foi preso

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Rosto do prefeito aparece durante videochamada com adolescente de 15 anos

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Polícia Civil e Ministério Público cumpriram mandados de busca e apreensão em São Simão

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Ampla maioria

A sessão do Legislativo durou mais de quatro horas. Ao final, 9 vereadores votaram pelo impeachment. Apenas dois foram contrários.

A maioria dos vereadores acompanhou a posição da comissão processante, que analisou o caso durante pouco mais de dois meses de trabalho. Os poucos vereadores que fizeram a defesa do prefeito em plenário acusaram cerceamento de defesa.

Votaram a favor da cassação: Adriano Pimenta (PTB); Ailton Lopes (PSC); Evaldo Elefante (PTC); Professor Fernando Rogério de Castro (DEM); Ildo Alexandre, o Vilarinho (PSC); Lucas Vasconcelos (PSL); Ludgero Neto (PSL); Raufi Jones (DEM); e Wellington Carvoeiro (MDB). Votaram contra: Fábio Moura, o Kebinha (PTB), e Laerte Nogueira (PP).

O vice-prefeito Fábio Capanema (PP), que respondia interinamente pela prefeitura, agora será efetivado no cargo.

O Metrópoles não conseguiu contato com a atual defesa do prefeito cassado. Os advogados que representavam o Assis Peixoto anteriormente deixaram a função na última sexta-feira (22/10).

Abusos

O prefeito Assis Peixoto foi preso em 28 de julho, por suspeita de envolvimento em crime contra a dignidade sexual de menores. A prisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Ao todo, quase dez vítimas procuraram as autoridades para denunciar abusos.

Após seis anos de abuso e cinco em tratamento psiquiátrico, o jornalista e servidor público Luís Manuel Lima de Araújo decidiu quebrar a barreira do silêncio e da vergonha para denunciar os crimes sexuais dos quais foi vítima na infância e adolescência em uma cidade do interior de Goiás. Foi ele, inclusive, que protocolou o pedido de impeachment contra o gestor.

Ele é uma das oito pessoas que procuraram o MPGO para denunciar o prefeito. A vítima contou que tomou a decisão depois que um vídeo mostrando o prefeito se masturbando em uma videochamada com um menor de idade começou a circular na internet. Ele explica que não fez a denúncia antes pois tinha vergonha e não havia provas dos abusos.

Chuva de denúncias

A primeira denúncia formalizada contra o prefeito foi feita em 19/7, depois que o Conselho Municipal de Segurança Pública de São Simão recebeu imagens e vídeos de uma mãe, que teve o filho de 15 anos assediado pelo prefeito e passou a monitorar as conversas.

Desde então, mais sete pessoas fizeram denúncias oficiais contra o prefeito, segundo o MPGO. As vítimas tinham entre 8 e 15 anos na época dos abusos e são todas do sexo masculino.

“Quer ver?”

A mãe do adolescente, que não foi identificada, conta que o prefeito se aproximou de seu filho por mensagem no WhatsApp. O mandatário teria se identificado como Assis. Quando a vítima perguntou se era o prefeito, o assediador teria confirmado.

Uma cópia de uma das conversas pelo aplicativo mostra que o suspeito diz: “Quer ver?”. O adolescente então responde: “Vou ligar e você mostra”. Em seguida, o assediador diz: “E você também”.

O prefeito então exibiu suas partes íntimas para o adolescente durante uma videochamada. As imagens foram gravadas e um dos trechos do vídeo mostra o rosto de Assis Peixoto.

“Infundadas”

À época, por meio de nota, a assessoria de imprensa da prefeitura de São Simão afirmou que as acusações contra Assis Peixoto eram “infundadas” e que seriam esclarecidas ao longa da apuração do caso.

Francisco de Assis Peixoto, de 58 anos, foi eleito com 4.277 votos, o que representa 40,65%. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou como ocupação técnico em contabilidade, estatística, economia doméstica e administração. Ele tem ensino médio completo. O patrimônio declarado é de R$ 1,4 milhão. Ele já teve outras passagens pela prefeitura da cidade.

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