Vereador de Nilópolis preso pela PF liderava grupo de milícia, diz MP
Maurinho do Paiol foi preso nesta quinta-feira (10/3) na operação contra milicianos na Baixada Fluminense. Quatro PMs também são alvo
atualizado
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Rio de Janeiro – Principal alvo da operação comandada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (10/3), o vereador de Nilópolis Mauro Rogério Nascimento de Jesus (PSD), o “Maurinho do Paiol”, é considerado o líder de um grupo de milícia na Baixada Fluminense do Rio.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), o parlamentar ainda comandava o bando de milicianos que também agia em São João de Meriti e no bairro de Anchieta, na capital fluminense.
A operação visa prender 19 milicianos liderados por “Maurinho do Paiol”, que era vice-presidente da Câmara de Vereadores de Nilópolis. Ele foi preso por volta das 6h desta quinta, em sua casa. Além da ordem para deter o parlamentar, os agentes tinham quatro mandados de prisão para policiais militares.
Até o momento, 11 pessoas já foram presas. A PF cumpre ainda 29 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados e na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, onde está o detento Diego Nunes Rayol.
Foram apreendidos vários itens de luxo, como relógios, além de R$ 50 mil em espécie, além de cartões do INSS e carteiras de trabalho, na casa de um dos alvos em Marechal Hermes, com indícios de prática de fraude previdenciária.
Ligação com Ecko
As investigações apontam que a organização criminosa atua principalmente na exploração de serviços de “gatonet”, na venda de gás GLP e no comércio ilícito de cigarros. Os milicianos também controlavam pontos de mototáxi nas localidades dominadas em Nilópolis.
Conforme investigação do MP-RJ, o grupo mantém relação próxima com a milícia que já foi liderada por Wellington da Silva Braga, o “Ecko”, morto em 2021. Atualmente, o grupo de milicianos é liderado pelo seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, o “Zinho”.
Com uso de armas, eles exercem o domínio sobre essas regiões. Em uma das áreas, a comunidade da Az de Ouro, em Anchieta, o bando passou a atuar também no tráfico de drogas, fazendo parte da cúpula da referida favela, ligada à facção criminosa TCP.
As investigações foram conduzidas pelo GAECO/MPRJ, em parceria com a Polícia Federal. O grupo criminoso atua de forma setorizada, com o objetivo de ganhar vantagens patrimoniais, como de domínio do território e imposição de força, por meio da prática de crimes, como homicídios, extorsões, corrupção, interceptação e distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, entre outros.