Veneno de sapo: membros de grupo xamânico são indiciados por tráfico
Segundo a polícia, integrantes do grupo sabiam da proibição da substância do veneno de sapo e orientaram esconder a droga em bagagem
atualizado
Compartilhar notícia
Goiânia – Cinco investigados ligados ao grupo xamânico que fazia uso do veneno do sapo Bufo alvarius foram indiciados, segundo a Polícia Civil. Do total, três responderão à Justiça por tráfico de drogas, uma por financiamento de tráfico e outra por permitir o uso de determinado local para o mesmo crime.
De acordo com o delegado responsável pela apuração do caso, Francisco Costa, os envolvidos sabiam da proibição da substância e chegaram a ser orientados, por um líder espiritual, a esconder a droga dentro de bagagens. A polícia não divulgou o nome dos envolvidos.
Alucinógeno
A substância alucinógena 5-meo-DMT é extraída da pele e do veneno do sapo Bufo alvarius e foi apreendida em Goiânia, Pirenópolis e no Rio de Janeiro. No total, foram apreendidos 12 gramas da substância nos três municípios em abril deste ano. A droga teria sido adquirida por R$ 4,3 mil no México.
Conforme explicação do investigador, o valor cobrado nos atendimentos era de R$ 300. Segundo ele, a quantidade apreendida da substância seria suficiente para fazer cerca de 500 atendimentos, o que geraria um lucro de R$ 150 mil.
Ainda de acordo com Costa, das cinco pessoas investigadas, três são de Goiás, sendo o líder religioso, uma funcionária pública estadual e o proprietário dos locais onde as cerimonias com a substância eram realizadas. Os demais suspeitos são do Rio de Janeiro, onde também foram realizadas apreensões.
Um professor de yoga da cidade carioca, inclusive, seria o responsável por ter comprado a droga no México e tê-la mandado para Goiás, com a ajuda do comparsa que financiou parte da aquisição. De acordo com o investigador, o produto teria sido recebido pela servidora goiana, parente do líder religioso.