Vendas on-line crescem 47% no país em abril. Saiba como evitar fraudes
Os quatro setores que registraram as maiores altas foram: eletrônicos (66,10%), bebidas (54,27%), móveis (47,59%) e moda (41,40%)
atualizado
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A disseminação do novo coronavírus mudou drasticamente a rotina de consumo dos brasileiros e intensificou as compras on-line por causa da imposição do isolamento social para conter o avanço da doença.
Passado o susto inicial com a situação, depois de queda de 20% no início da pandemia, o e-commerce brasileiro registrou crescimento de 47% no faturamento no mês de abril. O levantamento – feito pela Associação Brasileira de E-Commerce (ABComm) e pela Konduto – teve como base 25 milhões de pedidos de produtos físicos feitos em quatro mil lojas virtuais entre 1º de março e 25 de abril.
Os dados mostram que, no início da quarentena – entre 15 e 28 de março –, três setores se destacaram positivamente. Com as escolas fechadas e as crianças dentro de casa, o segmento de brinquedos teve alta de 434,7% nos pedidos. Supermercados também registraram aumento de 270,16%, tendo em vista que os vendas virtuais se tornaram excelente opção para quem não quer sair de casa.
O setor de artigos esportivos teve desempenho maior do que o usual e apresentou crescimento de 211,95%, o que revela a preocupação das pessoas em manter a forma durante o período de isolamento, seguido de farmácia, com incremento de 41,56%, e eletrodomésticos, com 4,47%.
Em contrapartida, as três maiores quedas de pedidos foram registradas nas áreas de bebidas (76,62%), autopeças (57,95%) e livrarias (46,43%).
Após mais de um mês da quarentena para a maioria dos estados, na última semana estudada, os quatro segmentos que registraram as maiores altas vendem majoritariamente produtos para casa e de uso pessoal: eletrônicos (66,10%), bebidas (54,27%), móveis (47,59%) e moda (41,4%).
Na variação de pedidos entre os períodos de 29 de março a 8 de abril e de 9 a 25 de abril, quatro setores apresentaram queda: farmácias (10,38%), óticas (10,2%), cosméticos (3,53%) e livrarias (1,91%). Entre os demais, eletrônicos (66,1%), bebidas (54,27%), móveis (47,59%) e moda (41,4%) são os que mais cresceram.
“O início do período de isolamento gerou bastante incerteza na população, e isso acabou provocando — entre outras coisas — um baque no e-commerce, em diversas categorias. Conforme as pessoas assimilavam a nova realidade, o ecossistema como um todo começou um processo de recuperação”, explicou Tom Canabarro, cofundador e CEO da Konduto.
“Algumas categorias ainda não conseguiram retomar o ritmo de vendas de antes da pandemia, mas outros segmentos (como farmácias e supermercados) estão assumindo novo protagonismo no comércio eletrônico brasileiro”, frisou.
Dicas para compras on-line
O advogado e especialista em direito do consumidor Victor Cerri alerta sobre a importância de atentar-se à credibilidade da plataforma na hora de realizar a compra. “Hoje em dia, é fácil pesquisar por meio de outros sites que fazem esse levantamento e classificam os índices de confiabilidade. Uma simples busca no Google resolve”, orientou.
Victor também destaca que é necessário conhecer a procedência do produto e a garantia que se tem, além de fazer comparativo de preços para minimizar a possibilidade de problemas. “Evite esse tipo de compra em máquinas públicas, que podem ter sistemas de espionagem instalados, e verifique os dados do próprio boleto da compra”, enfatizou.
“A forma mais correta de se munir para uma reclamação é guardar eventuais números de protocolos e contatos dos canais oficiais da empresa. Também é válido guardar e-mails, printar a tela do atendimento e entender se o site é confiável. Atentar-se para eventuais erros de português e qualidade de imagens, que podem acabar conotando uma possível ilegalidade”, concluiu Victor.