Venda de sentenças: CNJ recolhe provas e dados digitais de magistrados
Sete desembargadores e juíza são suspeitos de venda de sentenças no setor de transporte. Empresários delataram esquema ao MPF
atualizado
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Rio de Janeiro – Inspeção no Tribunal de Justiça do Rio do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em gabinetes e cartórios onde atuam sete desembargadores e uma juíza recolheu documentos e copiou dados dos computadores dos magistrados.
Eles são acusados de venda de sentença para o setor de transportes e foram delatados por empresários ao Ministério Público Federal (MPF). O trabalho que começou segunda-feira (23/8) está sendo comandado pelo desembargador Carlos Vieira Von Adamek, do Tribunal de Justiça de São Paulo, e termina nesta terça-feira (24/8).
De acordo com portaria divulgada pelo CNJ, os alvos são os desembargadores Adriano Celso Guimarães, Cherubin Helcias Schwartz Junior, Guaraci Campos Vianna, Helda Lima Meireles, José Carlos Maldonado de Carvalho, Marcos Alcino de Azevedo Torres e Mario Guimarães Neto; além da juíza Roseli Nalin.
O desembargador José Carlos Maldonado é investigado por suspeita de ter recebido R$ 100 mil para favorecer a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), em delação do empresário de ônibus José Carlos Lavoura.
“Vou pedir cópia integral do procedimento ao CNJ para que possamos verificar as medidas cabíveis”, afirmou o advogado Ary Bergher, que defende Maldonado. O Metrópoles ainda não conseguiu contato com os defensores dos outros magistrados.
A determinação da inspeção na Corte é da corregedora nacional de Justiça, a ministra Maria Thereza de Assis Moura. O desembargador Mário Guimarães Neto foi afastado, em julho, por mais um ano, em decisão da ministra Maria Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça.
Neto é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter recebido R$ 6 milhões para beneficiar empresários de ônibus em sentenças judiciais.