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Confira os alvos de ataques de Bolsonaro em seu discurso na ONU

Cuba, Venezuela, ONGs e a imprensa foram citados diretamente; Macron, Lula e Dilma, indiretamente. Leia trechos

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Alan Santos/PR
Presidente da República, Jair Bolsonaro, discursa durante a abertura do Debate Geral da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU)
1 de 1 Presidente da República, Jair Bolsonaro, discursa durante a abertura do Debate Geral da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) - Foto: Alan Santos/PR

Em seu discurso de cerca de meia hora na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas aos governos de Cuba e da Venezuela, à imprensa, a organizações não governamentais ambientais. Sem citar nomes, também mirou ações tomadas pela França, durante a crise da Amazônia, e aos governos que o antecederam, de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva.

França
O ataque ao governo francês se deu na metade do discurso, quando o presidente se pronunciou sobre a questão ambiental. Bolsonaro disse que é uma “falácia” dizer que a Amazônia é um “patrimônio do humanidade” e comentou atitudes da França sem citar diretamente o país.

“Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”, disse. “Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem sequer nos ouvir. Agradeço àqueles que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta”, continuou, para fazer um agradecimento direto ao presidente do Estados Unidos, Donald Trump.

Cuba e Venezuela
A citação a Cuba se deu nos primeiros minutos do pronunciamento, após o presidente dizer que o Brasil esteve “muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada”. Neste contexto, falou do país caribenho.

“Em 2013, um acordo entre o governo petista e a ditadura cubana trouxe ao Brasil 10 mil médicos sem nenhuma comprovação profissional. Foram impedidos de trazer cônjuges e filhos, tiveram 75% de seus salários confiscados pelo regime e foram impedidos de usufruir de direitos fundamentais, como o de ir e vir. Um verdadeiro trabalho escravo, acreditem”, disse. “Respaldado por entidades de direitos humanos do Brasil e da ONU.”

Na sequência, Bolsonaro fez relação entre o regime cubano e a instabilidade política na América do Sul nos anos 1960, quando ditaduras militares contrárias a Cuba foram instauradas na região.

“A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas, tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados. Civis e militares brasileiros foram mortos e outros tantos tiveram suas reputações destruídas, mas vencemos aquela guerra e resguardamos nossa liberdade.”

A partir daí, o presidente relacionou os governos de Cuba e da Venezuela.

“Na Venezuela, esses agentes do regime cubano, levados por Hugo Chávez, também chegaram e hoje são aproximadamente 60 mil, que controlam e interferem em todas as áreas da sociedade local, principalmente na Inteligência e na Defesa.”

O presidente disse que a Venezuela “hoje experimenta a crueldade do socialismo” e emendou: “O socialismo está dando certo na Venezuela. Todos estão pobres e sem liberdade.”

Depois de citar a crise de refugiados venezuelanos enfrentada pelo Brasil, o presidente fechou o tema fazendo uma referência ao Foro de São Paulo, organização que reúne partidos de esquerda da América Latina. “O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser combatido.”

Imprensa
Em outro ponto dos discurso, Bolsonaro passou a falar das queimadas na região da Amazônia, que lhe renderam críticas internacionais.

O presidente classificou as notícias sobre o tema como “ataques sensacionalistas” partidos de parte da mídia. “Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico.”

ONGs e cacique Raoni
Ainda comentando a questão ambiental, e entrando no campo da questão indígena, o presidente mirou as ONGs que atuam no tema e o líder da etnia caiapó cacique Raoni. Ele disse que o líder não representava a totalidade do pensamento dos índios brasileiros, que se dividem em 225 povos.

“Muitas vezes alguns desses líderes, como o Cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”, afirmou o presidente.

“Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.”

Lula e Dilma
Em outro ponto do discurso, o presidente fez sua descrição sobre a atuação dos “presidentes socialistas” que o antecederam, sem citar os nomes de Dilma ou Lula, citando casos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato ‒ mencionando a atuação do juiz Sérgio Moro.

“Há pouco, presidentes socialistas que me antecederam desviaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento, tudo por um projeto de poder absoluto”, disse Bolsonaro. “Esses presidentes também transferiram boa parte desses recursos para outros países, com a finalidade de promover e implementar projetos semelhantes em toda a região. Essa fonte de recursos secou.”

Ao tratar dos ex-presidentes, Bolsonaro ainda fez uma crítica ao plenário da Assembleia-Geral da ONU. “Esses mesmos governantes vinham aqui todos os anos e faziam descompromissados discursos com temas que nunca atenderam aos reais interesses do Brasil nem contribuíram para a estabilidade mundial. Mesmo assim, eram aplaudidos.”

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