Veja pontos dos projetos de corte de gastos entregues ao Congresso
Governo protocolou os dois primeiros projetos do pacote de corte de gastos públicos, elaborados pela equipe econômica
atualizado
Compartilhar notícia
O líder do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), protocolou nesta sexta-feira (29/11) na Casa os dois primeiros projetos do pacote de revisão de despesas públicas. As medidas visam, por exemplo, criar mais regras para o uso do dinheiro público e impor limites ao aumento real do salário mínimo.
O pacote de corte de gastos foi apresentado pelo governo nesta semana. A expectativa do Palácio do Planalto é gerar uma economia de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, com o intuito de que as despesas obrigatórias caibam no arcabouço fiscal. Na prática, a meta final do governo é deixar as contas públicas com déficit zero.
Como parte das medidas, Guimarães protocolou um projeto de lei (PL) que trata do aperfeiçoamento de benefícios sociais para estabilizar a economia. A outra proposta diz respeito a um projeto de lei complementar (PLP), que visa impor limites ao crescimento de despesas com seguridade social e pessoal.
Entenda as medidas ponto a ponto:
Benefícios sociais
Uma das medidas apresentadas pelo governo cria novas regras ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
- Torna obrigatória a inclusão do código da Classificação Internacional de Doenças (CID) nos sistemas informacionais do BPC;
- Vai somar os rendimentos brutos mensais dos membros da família, sem deduções previstas em lei;
- Revoga a não contabilização de benefícios da seguridade social de um membro da família para ter elegibilidade ao BPC;
- Altera a definição de família, sendo permitido a adesão de membros sem coabitação para casos específicos;
- Obriga beneficiários do BPC com cadastro desatualizado há mais de 24 meses a regularizar a situação;
- Faz com que concessionárias de serviços públicos forneçam informações das bases de dados para aperfeiçoar o processo de requisitos para adesão e manutenção do beneficiário do BPC.
No PLP fica estabelecido que só poderão ser criados ou prorrogados novos benefícios de seguridade social pelas regras do arcabouço fiscal.
Salário mínimo
O projeto entregue pelo governo propõe limitar o aumento real do salário mínimo até 2030. A proposta visa vincular o crescimento aos índices de crescimento real da despesa primária, fixados no arcabouço fiscal. Aumente, o salário mínimo é reajustado com base na combinação da inflação do ano anterior e a variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB).
Bolsa Família
Os municípios e o Distrito Federal deverão observar o índice máximo de famílias compostos por apenas uma pessoa, e o PL abre a possibilidade de modificar os parâmetros de permanência no Bolsa Família.
Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF)
Limita o crescimento anual do FCDF à inflação a partir de 2025.
Proagro
Limita o financiamento do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro) à disponibilidade orçamentária.
Emendas parlamentares
Um dos projetos coloca a possibilidade de contingenciamento e bloqueio de até 15% das emendas parlamentares para conseguir cumprir o compromisso fiscal.
Aumento de despesas com pessoal
Outro trecho proíbe que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei do Orçamento (LOA) prevejam até 2030 um crescimento real de gastos com pessoal e encargos dos Três Poderes.
Subsídios e benefícios fiscais
Uma das medidas de corte de gastos é a que barra a concepção de subsídios e benefícios fiscais em anos em que as contas públicas estiverem com déficit.