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Saiba onde a violência doméstica contra mulher mais cresce no Brasil

Entre 2022 e 2023, número de casos de agressão dolosa contra mulher aumentou 9,8% no país. Só sete estados conseguiram reduzir

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Imagem colorida mostra mulher sentada no canto enquanto uma mão masculina fechada a ameaça, em um caso de possível feminicídio ex-companheiro - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra mulher sentada no canto enquanto uma mão masculina fechada a ameaça, em um caso de possível feminicídio ex-companheiro - Metrópoles - Foto: Getty Images/Reprodução

A Lei Maria da Penha completou 18 anos nessa quarta-feira (7/8) e, apesar de todo esse tempo, os casos de violência doméstica continuam crescendo no país. Conforme os dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, houve aumento de 9,8% entre 2022 e 2023.

No ano passado, 258.941 mulheres foram vítimas de lesão corporal dolosa praticada por seus parceiros, no Brasil. Isso equivale a 709 casos por dia, que é como se, a cada hora, 29 mulheres fossem agredidas por seus companheiros.

Vale frisar, no entanto, que esses números refletem, apenas, os casos que resultaram em registro de ocorrência. A julgar pela tendência de que muitas vítimas não recorrem à polícia, a quantidade real pode ser muito maior, em virtude do contexto de subnotificação.

Em um comparativo entre os estados do Brasil, alguns saem na frente, seja pelo aumento percentual dos casos, entre um ano e outro, seja pela maior incidência, com taxas mais elevadas para cada 100 mil habitantes.

Líderes da violência doméstica no Brasil

Quando se trata de aumento percentual, os estados que registraram as maiores variações entre 2022 e 2023 foram: Acre (35,3%), Paraná (34,4%), Alagoas (19,2%) e Paraíba (19,1%), seguidos por Roraima e São Paulo, ambos com 17,7%.

No Acre, a quantidade de casos de violência doméstica foi de 817 registros em 2022 para 1.105 em 2023. Já no Paraná, incremento de 17.777 para 23.886.

Os dois estados foram os únicos do Brasil que registraram elevação acima dos 30%. Entre os 26 estados e o Distrito Federal, apenas sete reduziram o total de casos, nos últimos anos. Veja:

Já quando a análise é feita a partir da taxa de incidência, ou seja, a quantidade de casos de violência doméstica para cada 100 mil habitantes, o resultado é um pouco diferente. Essa avaliação é importante, pois reflete a sensação de recorrência e velocidade dos registros, conforme a população.

Nesse caso, os estados que lideram o ranking são: Mato Grosso (579,9), Rondônia (520,9), Roraima (474,2), Santa Catarina (441,2) e Paraná (407,1).

Mato Grosso conseguiu reduzir a taxa e o número de casos de violência contra mulher, entre 2022 e 2023, mas a quantidade segue alta, a ponto de manter o estado na liderança de incidência. No ano passado, foram feitos 10.540 registros de agressão à mulher, no estado.

Entre todas as unidades da Federação, 12 ficaram acima da taxa nacional, que foi de 247,7. Veja:

Violência contra a mulher: feminicídios

Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam, também, outros contextos no que se refere à violência contra a mulher no país. A quantidade de feminicídios, por exemplo, registrou aumento de 0,8%.

Enquanto em 2022 foram contabilizados 1.455 casos no país, em 2023 o número subiu para 1.467. A maior quantidade ocorreu nos seguintes estados: São Paulo (221), Minas Gerais (183) e Bahia (108).

De todos os crimes contra a mulher, o que mais cresce no país é a perseguição, também conhecida como stalking. O Metrópoles mostrou nessa terça-feira (6/8) que, a cada sete minutos, uma mulher é vítima de perseguição reiterada no Brasil.

De 2022 para 2023, o aumento de registros de stalking foi de 34,5%, à frente, por exemplo, de violência psicológica (33,8%), ameaça (16,5%), lesão corporal (9,8%), tentativa de homicídio (9,2%), tentativa de feminicídio (7,1%), estupro (5,2%) e outros.

Essa tendência preocupa, pois, na visão de especialistas, a perseguição é o passo inicial para uma possível agressão e até um assassinado. “O stalking é o prenúncio de crimes mais graves”, diz o advogado criminalista Pedro Paulo de Medeiros.

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