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Veja o que Torres terá que explicar à PF sobre operações da PRF

O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro presta depoimento nesta segunda sobre supostas interferências na PRF durante eleições de 2022

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PF Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres
1 de 1 PF Ex-Ministro da Justiça, Anderson Torres - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres presta depoimento à Polícia Federal nesta segunda-feira (8/5). Ele foi convocado para esclarecer suposta interferência na Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022. As suspeitas são de que agentes do então governo Bolsonaro tenham tentado impedir eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Nordeste, de chegar aos locais de votação.

Aos investigadores, Torres terá que explicar viagem que fez à Bahia usando uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), seis dias antes do 2º turno das eleições presidenciais. Já era sabido que nesta região Lula tinha vantagem dos votos sobre Bolsonaro. A Bahia foi, de fato, relevante para a vitória do petista.

Torres viajou à Bahia, acompanhado pelo ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça , Antônio Lorenzo, e pelo então diretor-geral da Polícia Federal, Márcio Nunes. Além de um assessor especial do gabinete e dois agentes da PF.

As informações são de que Torres teria pedido apoio nos bloqueios que a PRF faria durante o segundo turno das eleições presidenciais. No entanto, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de realizarem qualquer operação envolvendo o transporte público disponibilizado a eleitores, seja ele gratuito ou não, sob pena de responsabilização criminal.

Mesmo diante da proibição, ônibus foram parados e eleitores atrasados. Somente após forte operação do TSE, com reuniões entre Moraes e o ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, os veículos foram liberados. Os eleitores não chegaram a ficar sem votar, mas foram atrasados. 

Torres explica hoje se planejou ou ordenou essas operações irregulares. Conta ainda o motivo da viagem à Bahia e se compactuou com o descumprimento de ordem do presidente do TSE durante o 2º turno das eleições.

Denúncias

Por meio de vídeos, divulgados nas redes sociais, pessoas denunciaram mobilização da PRF para dificultar o voto em 30 de outubro. Entre eles, o prefeito de Cuité (PB), Charles Camaraense (Cidadania). De acordo com ele, agentes da corporação ficaram na entrada da cidade para impedir que a população votasse.

Veja denúncias da época:

Depoimento

Preso desde 14 de janeiro, Torres deixa o 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), onde está detido e depõe na sede da Polícia Federal, em Brasília.

A oitiva estava prevista para ocorrer em 24 de abril. Porém, a defesa dele pediu que o encontro fosse adiado devido ao estado emocional do ex-ministro. Alexandre de Moraes, do STF, aceitou o laudo da Secretaria de Saúde do DF, que atesta o acompanhamento médico frequente dado a Torres. Mas definiu que ele fosse ouvido até esta segunda.

De acordo com a decisão de Moraes, Torres pode ficar em silêncio. Porém, Eumar Roberto Novacki, advogado do ex-secretário de Justiça do DF, afirmou que Torres “vai esclarecer o que for perguntado”.

Documentos obtidos pela CNN mostram que ele esteve na Bahia seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. Torres chegou a Salvador no dia 24 de outubro e conversou com Almada no dia 25.

Prisão

Torres está preso desde 14 de janeiro em função de outra investigação, a de possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro. Ele chefiava a Segurança Pública do DF quando ocorreram as invasões nas sedes do Congresso, STF e Palácio do Planalto.

O ex-ministro cumpre a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), desde que voltou ao Brasil.

Torres viajou aos Estados Unidos antes dos atentados contra o resultado das urnas, o que levantou suspeitas de conivência ou omissão.

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