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Veja o que se sabe sobre barco à deriva com corpos encontrado no Pará

Barco foi encontrado no sábado (13/4), no litoral do nordeste do Pará e chegou nessa segunda (15/4) para perícia. PF investiga o caso

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Barco com corpos em decomposição encontrado no Pará - Metrópoles
1 de 1 Barco com corpos em decomposição encontrado no Pará - Metrópoles - Foto: Reprodução/redes sociais

O barco encontrado à deriva, com corpos em decomposição, no último sábado (13/4), vai passar por uma perícia inicial no Instituto Médico Legal (IML), na cidade de Bragança (PA), nesta terça-feira (16/4). A embarcação foi localizada por pescadores próximo à ilha de Canelas, no nordeste paraense.

Uma equipe formada pela Polícia Federal (PF), Corpo de Bombeiros, Marinha do Brasil, Polícia Militar (PM) e outras autoridades da região realizaram o reboque da embarcação no porto de Vila do Castelo, em Bragança (PA).

A ação de resgate teve o auxílio de uma embarcação da Marinha e um bote do Corpo de Bombeiros. A PF afirmou que ainda não é possível identificar as vítimas encontradas. Dessa forma, os corpos devem seguir para perícia na capital, Belém, em um veículo frigorífico.

De qualquer forma, em nota, a PF aponta que, de acordo com documentos e objetos encontrados, é possível dizer que as vítimas eram migrantes da região da Mauritânia e Mali, “não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades”.

Veja tudo o que se sabe até o momento sobre o caso:

Os corpos foram encontrados no último sábado, 13 de abril, na baía do Maiaú, próximo à ilha de Canelas, na região nordeste do Pará, que dá acesso ao Oceano Atlântico.

A embarcação, que tem cerca de 15 metros de comprimento, por 2 metros de largura, e não tinha nenhum tipo de identificação, foi localizada por pescadores, que acionaram as autoridades.

A área onde estava a embarcação tem muitos bancos de areia, o que dificultou o resgate. Segundo os bombeiros, só é possível chegar lá com a alta da maré.

Transporte do barco

O trabalho de resgate da embarcação não foi simples, em razão da maré baixo. A ação para a retirada começou no domingo (14/4), com a participação da Polícia Federal, Marinha, bombeiros e outras autoridades.

O reboque do mar até terra firme foi acompanhado por uma aeronave durante o dia. E só chegou à terra firme na noite de domingo (14).

Também houve uma ação para o transporte até a cidade de Bragança, onde será periciado.

Por volta da 1h de segunda-feira (15/4), as equipes deram início a tentativa de içar o equipamento com auxílio de uma máquina retroescavadeira, para retirá-lo da margem do porto e colocá-lo em um caminhão, responsável por levar a embarcação até o Instituto Médico Legal da cidade.

Apesar do esforço, as equipes não tiveram sucesso na tentativa de içar a embarcação. Foi necessário utilizar cabos de aço para a retirada.

Na tarde dessa segunda (15/4), a embarcação foi colocada em um caminhão prancha e transportada até o IML, em Bragança. O transporte levou cerca de três horas.

Perícia inicial

A embarcação deve passar nesta terça-feira (16/4) por uma perícia inicial. Os corpos passarão por trabalho de identificação usado para vítimas de desastres.

O protocolo de identificação é aplicado em casos de acidentes aéreos e desastres naturais, como ocorreu com as vítimas da tragédia de Brumadinho em 2019, por exemplo.

As técnicas de perícia usam amostras de DNA, características físicas, impressões digitais, registros odontológicos e objetos pessoais, já que os corpos estão em estado avançado de decomposição.

Todo o material será levado para a capital Belém e ficar sob custódia da Marinha para perícia e identificação da origem.

Quem eram as vítimas

A suspeita é que as vítimas sejam estrangeiras, mas, segundo a Polícia Federal e o Corpo de Bombeiros, a confirmação só deve ocorrer após a perícia, que foi iniciada na noite dessa segunda-feira (15/4).

“Documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades”, apontou a PF em nota.

Uma equipe de papiloscopistas da Polícia Federal de Brasília foi para Bragança trabalhar na identificação das vítimas.

Em nota, a PF informou que o trabalho realizado pelas instituições “tem por objetivo estabelecer a identidade dos corpos adotando protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol (DVI). Além da identidade, os trabalhos periciais terão por objetivo verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado dos óbitos”.

Ao todo, foram encontrados nove corpos, sendo oito dentro da embarcação e um nono corpo próximo a ela, em circunstâncias que sugeriam fazer parte do mesmo grupo de vítimas.

De acordo com a PF, documentos e objetos encontrados junto aos corpos apontam que as vítimas eram migrantes do continente africano, da região da Mauritânia e Mali, não sendo possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades.

Causa da morte

A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte. Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição.

De acordo com os bombeiros, os corpos estão bastante desidratados, o que indica que as vítimas morreram há muitos dias.

Além dos mortos que estavam dentro da embarcação, um outro corpo foi encontrado na água.

Já o Ministério Público Federal (MPF) abriu duas investigações sobre o caso, uma na área criminal e outra civil. As investigações serão realizadas pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF para a defesa de direitos humanos.

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