Veja nomes do PT e do governo Lula que se posicionaram contra Maduro
Apesar de nota do PT que reconhece a vitória de Maduro nas eleições, posicionamento foi fortemente criticado, inclusive por petistas
atualizado
Compartilhar notícia
A publicação de uma nota da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) reconhecendo a vitória do venezuelano Nicolás Maduro abriu uma série de divergências dentro da sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) tenha proclamado a reeleição do atual presidente da Venezuela, a lisura do processo é questionada pela oposição e pela comunidade internacional. Além disso, as atas e os resultados não foram divulgados dentro do prazo previsto.
O PT, no pronunciamento divulgado na segunda-feira (29/7), saudou o povo venezuelano pelo processo eleitoral no país, que chamou de “uma jornada pacífica, democrática e soberana”. A legenda ressaltou, ainda, que o presidente reeleito deve continuar o diálogo com a oposição, “no sentido de superar os graves problemas da Venezuela, em grande medida causados por sanções ilegais”.
Posicionamentos contrários à nota do PT dentro do primeiro escalão do governo Lula e em meio a filiados ao partido se multiplicaram durante a semana. Em entrevista à coluna do Guilherme Amado, do Metrópoles, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou, na quarta-feira (31/7), que o regime de Nicolás Maduro na Venezuela não é uma democracia, e cobrou provas de transparência da eleição presidencial no país.
“Na minha opinião pessoal, eu não falo pelo governo, não se configura como uma democracia. Muito pelo contrário. O Brasil está muito correto quando diz que quer ver o resultado eleitoral, os mapas, todas as comprovações de que de fato houve ali uma decisão soberana do povo venezuelano”, defendeu.
O vice-presidente Geraldo Alckmin e a sigla da qual faz parte, o Partido Socialista Brasileiro (PSB), também se posicionaram contra Maduro. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, ressaltou que o partido considera o regime chavista uma “ditadura” e alegou que as eleições venezuelanas não foram democráticas. Alckmin se manifesta contra o líder venezuelano desde 2018, quando ainda era governador de São Paulo, e argumentou que Maduro agia de “forma autoritária e antidemocrática”.
Críticas do PSDB e de petistas
Parlamentares de destaque filiados ao PT também divergiram da nota divulgada pelo partido. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), foi um deles. “Uma eleição em que os resultados não são passíveis de certificação e onde observadores internacionais foram vetados é uma eleição sem idoneidade”, ressaltou.
Os senadores Paulo Paim (PT-RS) e Fabiano Contarato (PT-ES) também criticaram publicamente a falta de transparência dos resultados, assim como o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG). “Um governo verdadeiramente democrático convive com críticas, questionamentos e oposição organizada. A atuação de Maduro na Venezuela é a postura de um ditador”, escreveu.