Veja dicas para se reposicionar no mercado de trabalho após os 40 anos
Mudar de carreira não é fácil, mas o mercado está aberto, mesmo para quem está nessa faixa etária ou acima dela
atualizado
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Você tem 40 anos ou mais, está insatisfeito com sua vida profissional e pretende se reposicionar no mercado de trabalho? Parece complicado, é verdade. Muitas pessoas acreditam que a barreira da idade significa portas fechadas e que seria praticamente impossível mudar de carreira a esta altura do campeonato. Mas a realidade pode ser bem diferente. Até mesmo porque muitas empresas preferem apostar em alguém com mais experiência. O mercado está aberto, mesmo para quem está nessa faixa etária ou acima dela. Por isso, o Metrópoles selecionou algumas dicas para ajudar a quem quer entrar de cabeça nesse processo.
A transição de carreira é um termo utilizado para quem deseja migrar de uma área profissional para outra. A pesquisa Re:Trabalho 2020, que investigou como as pessoas e organizações da “transição” lidam com o impacto da tecnologia, demonstra que 63% dos entrevistados já mudaram de carreira e 48% pretendiam fazer a transição no espaço de um ano.
A terapeuta Amélia Sacchi, de 56 anos, é um exemplo exitoso de alguém que buscou novos ares profissionais em um momento considerado “perigoso”. Ela trocou a estabilidade de servidora no Governo do Distrito Federal (GDF) pelo sonho de ser terapeuta. Amélia, agora, foca na área de “reprocessamento emocional“, como é conhecida a Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG). É uma abordagem focada na resolução dos problemas de ordem emocional e psicossomática.
Amélia conta que tomou a decisão devido ao estresse e rotina do emprego anterior e que, agora, sua qualidade de vida e felicidade aumentaram pelo fato de trabalhar com algo que sempre quis e com o qual atuava como voluntária desde 2009, ajudando pessoas em situação de vulnerabilidade. Com o tempo, amigos e pacientes acabaram indicando seu nome e todo o restante acabou fluindo.
“Quis saber mais sobre o que se passa na cabeça das pessoas quando estão depressivas, ansiosas, sentimento de inferioridade. Fui ampliando os conhecimentos nesta área, bem diferente da que executava da Secretaria de Economia do DF, que também gostava, mas estava me sentindo presa na rotina de trabalho, trânsito, horário, repetição de tarefas”, explica a terapeuta ao Metrópoles.
“Tinha a intenção de aposentar, mas não queria ficar parada. A princípio queria só fazer um curso para ajudar melhor no trabalho que fazia voluntariamente desde 2009/10. Gostei de atender pessoas e ajudá-las”, completa.
Menos oportunidades
A dificuldade das pessoas acima dos 40 anos de se reposicionarem no mercado de trabalho decorre de um número menor de oportunidades de carreira. Em geral, vagas para iniciantes são mais demandadas. Tcharla Bragantin, professora e coordenadora do curso de administração do Centro Universitário Módulo e da Faculdade São Sebastião (Fass), ressalta:
“Isso acontece porque há menos opções para profissionais mais maduros e experientes, à medida que, para as posições iniciais, as vagas são mais numerosas. Além disso, quanto mais qualificado e experiente, mais ‘caro’ o profissional se torna, o que muitas vezes dificulta a contratação. [Só que] Esses profissionais podem trazer, além da experiência, um contraponto entre os mais jovens e assim proporcionar resultados mais equilibrados”.
O planejamento é importante porque é preciso uma estrutura na tomada de decisão, que considera todas as possibilidades e vontades do indivíduo que pensa em fazer uma transição de carreira. Além disso, estar sempre antenado é fundamental na hora de passar por processos seletivos ou sugerir novas abordagens no trabalho atual – daí a importância de aprimorar os estudos.
No caso do networking, uma rede de contatos profissionais pode ser a salvação de um aperto no futuro ou mesmo ajudar a conectar pontos fundamentais, que não seriam possíveis de outra forma, no que diz respeito a entregas profissionais.
Se a opção for um trabalho de carteira assinada, não autônomo, a hora das entrevistas é uma das mais temidas pelos candidatos e, muitas vezes, mostrar-se um pessoa flexível e adaptável é fundamental para quem possui mais de 40 anos.
Ou seja:
- Se planeje;
- Aprimore seus estudos;
- Faça networking;
- Na entrevista, mostre flexibilidade e adaptabilidade.
A LinkedIn, plataforma de mídia social focada em negócios e emprego, também elenca algumas dicas para quem busca emprego após os 40 anos:
Tempo X Remuneração
Primeiramente, quando falamos de valores, nem sempre o mercado pode oferecer o que você está buscando. Por isso, neste recomeço, é importante lembrar que sua experiência em determinado ramo poderá ser usada como argumento em uma futura negociação, depois que você provar o retorno financeiro do seu trabalho.
Confiança
Com as empresas derrubando as barreiras de idade, a volta para o mercado fica um pouco mais tranquila. Por isso, confie mais em você e procure seus propósitos profissionais.
Aprenda sempre
Mesmo com a sua experiência, o mercado sempre pede mais. Então, busca atualizar seus conhecimentos e verificar o que mudou na atividade que você exercia, descobrindo quais conhecimentos precisará aprimorar e/ou desenvolver.
Obs.: algumas ONGs e sindicatos oferecem cursos grátis de capacitação.
Observe e aprenda com os mais jovens
Retornar ao mercado envolve estar disposto a conhecer coisas novas e aceitar que ensinamentos, muitas vezes poderá vir de pessoas mais novas – e tudo bem! Afinal, isso é fundamental para que o retorno ao mercado seja bem-sucedido.
Não encare isso como uma barreira, mas como uma oportunidade de aprender.
Currículo
Se você está longe do mercado há alguns anos, é bem possível que seu currículo esteja desatualizado. É importante lembrar que ele é o seu primeiro contato com o recrutador, a primeira impressão que ele terá de você.
Por isso, prepare-o de forma objetiva. Retire informações antigas e que não são mais relevantes para os dias atuais. Para isso, você pode contar com o auxílio de um psicólogo ou de um coach de carreira.
Use as redes sociais
Elas são ferramentas importantes na busca pelo emprego. Atualmente, as empresas de recursos humanos usam dessas ferramentas para postar vagas e procurar profissionais que necessitam na internet. LinkedIn, Indeed e Google são alguns sites que podem ajuda.
Entrevista
Quando o dia da entrevista chegar, foque nos seus pontos positivos – e não naquilo que você não sabe ou não teve a oportunidade de conhecer. Conte sua história e foque nas experiências mais relevantes e que tem a ver com a vaga. Evite ser prolixo e acabar revelando seus medos.