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Veja como será a rotina de Lula na cadeia onde pode ficar preso

Complexo Médico Penal de Pinhais é o provável destino do ex-presidente. No local, estão outros condenados na Operação Lava Jato

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Lula
1 de 1 Lula - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Destino recorrente de presos na Operação Lava Jato, o Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, está em fase final de preparação para receber seu detento mais ilustre: Luiz Inácio Lula da Silva. Tão logo os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) decretem a prisão do petista, condenado a 12 anos e um mês de prisão no caso do triplex no Guarujá, o ex-presidente já tem destino certo. Segundo reportagem da ISTOÉ, que visitou o presídio na semana passada, já estão definidos os esquemas de segurança, o local onde Lula vai ficar e, até mesmo, a rotina dele.

Com 8,4 mil metros quadrados de área construída, a penitenciária abriga hoje 697 presos, sendo 11 da Lava Jato. Por decisão do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), foi reservada a Lula uma das dez celas da galeria 6 do Complexo, situada no segundo piso e onde ficam condenados da maior operação contra a corrupção no país. Entre os detentos, estão o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Entrada do Complexo Médico Penal de Pinhais

Com 12 metros quadrados, janela e porta de aço, cada cela da galeria 6 tem três camas de solteiro, construídas em alvenaria, e colchões de densidade 28. Se um detento precisar de leito especial, um médico deverá atestar que ele sofre da coluna, por exemplo. A família, então, pode providenciar o item.

O espaço tem ainda um único vaso sanitário no chão. No tanque com torneira e água potável, Lula poderá lavar as quatro cuecas e os quatro pares de meias, pertences autorizados a levar para o cubículo. Toalhas e roupas de cama são fornecidas pelo presídio.  poderão mandar cobertores mais quentes no inverno, época de muito frio na região.

No complexo, não são permitidas visitas íntimas. Familiares cadastrados podem visitar o parente preso. Só entram dois por vez. Já os advogados estão liberados para falar com seus clientes como nos filmes americanos: por meio de um interfone, tendo entre eles um vidro de policarbonato.

Lula terá de usar uniforme: calça de moletom cinza e camisa branca, com detalhe em azul, as cores do Depen. As peças são lavadas uma vez por semana na lavanderia da cadeia, por dois detentos devidamente remunerados.

Se o ex-presidente precisar de remédios, a penitenciária fornecerá gratuitamente genéricos. Médicos e enfermeiros também prestam atendimento gratuito, e autorizam ou não a entrada de outros medicamentos.

Divulgação/Osvaldo Ribeiro/SESP
Hospital Penitenciário, espaço que integra a estrutura do Complexo Médico Penal de Pinhais

O dia a dia de Lula em Pinhais vai começar cedo, às 5h. O café da manhã, servido na cela, vai até as 6h. São dois pães com manteiga e café com leite. Em seguida, banho, que pode durar até quatro minutos. Lava-se primeiro quem chega antes à fila. Pelo menos, a água é quente.

O banho de sol vai das 9h às 11h, horário em que o almoço é entregue. O marmitex fornecido pela Risotolândia, empresa contratada pelo Depen em processo licitatório, tem 60% de carboidratos (arroz, feijão ou macarrão) e 40% de proteínas (carne todos os dias), acompanhados de verduras ou legumes. Sobremesa, só uma vez por semana. Com o mesmo cardápio, o jantar está programado para as 17h.

Entre as duas refeições, os presos podem andar pelos corredores, ir à biblioteca ou ficar nas celas, que contam com TV de 20 polegadas e um rádio AM/FM. O uso de outros equipamentos eletrônicos é proibido, incluindo celular. Por volta das 22h, as luzes se apagam. É hora de dormir.

A Polícia Militar já preparou o esquema de segurança caso Lula seja, de fato, levado para Pinhais. Haverá um grande cerco em torno da unidade, com o fechamento do espaço aéreo, uso de helicópteros e tropas fortemente armadas. A programação é semelhante à que a Brigada Militar fez em Porto Alegre para o julgamento do ex-presidente no TRF-4.

 

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