Vaticano reconhece aparição de Nossa Senhora e Irmã Adélia pode se tornar santa
Irmã Adélia, que presenciou a aparição, poderá ser considerada santa se processo for aprovado no Vaticano
atualizado
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A Igreja Católica reconheceu oficialmente, nesta quarta-feira (13/10), que a Irmã Adélia presenciou a aparição de Nossa Senhora. O episódio teria acontecido em Cimbres, no agreste de Pernambuco, em 1936.
Em homenagem aos oito anos desde a morte da freira, na quarta-feira (13/10), dom José Luiz, bispo de Pesqueira, apresentou a Segunda Carta Pastoral. Na carta, a Igreja Católica afirma que “há sinais de sobrenaturalidade” no local em que teria acontecido a aparição.
“A carta é uma declaração de amor do pastor ao seu povo. A gente diz que, naquele local, há sinais de sobrenaturalidade. Nós assumimos aquilo [Cimbres] como um local pastoral”, explicou o bispo.
Em novembro, a carta será encaminhada para o Vaticano para ser adicionada ao processo de beatificação e canonização da Irmã, aberto em 2019 na Congregação para a Causa dos Santos da Santa Sé, no Vaticano. O processo havia sido aprovado pela Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
“Não existe alguém que tenha visto Nossa Senhora que não seja santo. Deus vai dando a graça e as pessoas vão acolhendo essas graças. A carta pastoral […] mostra que ela teve essa profunda experiência com Deus”, declarou o bispo.
Para a homologação da candidatura ser finalizada, três requisitos devem ser cumpridos: a fama de santidade, o exercício das virtudes cristãs e a ausência de obstáculos insuperáveis contra a canonização.
Após essa etapa, é necessária a comprovação de dois milagres, segundo a Igreja Católica. Um deles foi de uma das nossas irmãs que tinha câncer e foi curada. Mas tem outros, inclusive de um médico do Recife que foi curado, agraciado, além de pessoas de outros lugares, como São Paulo e Fortaleza”, disse a superiora provincial do Instituto das Religiosas da Instrução Cristã ao G1.
Aparições
A primeira aparição de Nossa Senhora para Irmã Adélia teria acontecido quando a freira estava acompanhada de Maria da Conceição, sua irmã de criação. Segundo a irmã Cleonice Santos, superiora provincial do instituto, as duas passavam por um período difícil, inclusive da perseguição do cangaceiro Lampião.
“Foi quando elas, que estavam na planície, foram arrebatadas para as pedras e tiveram essa experiência com Nossa Senhora, dizendo a elas que fizessem orações, penitências e rezassem pela humanidade, que estava em sofrimento”, disse a Irmã Cleonice ao portal.
Após a experiência, a vizinhança não acreditou no relato das duas. Os pais de Adélia, então, procuraram um bispo. “Elas tiveram uma experiência com o padre presente. Ele fazia perguntas em alemão e latim e a Virgem respondia para elas em português.”
As aparições foram frequentes, mas a Irmã Adélia permanecia em silêncio. Apenas após um diagnóstico de câncer, quando soube que teria poucos meses de vida, a religiosa resolveu compartilhar suas experiências.
Na ocasião, ela, que já estava bastante debilitada, e outras 23 freiras retornaram a Cimbres.
“Ela falou para Maria que estava pronta para acolher a morte se a missão dela tinha sido cumprida, mas que, se não tivesse, que ela recebesse a cura. E ela foi curada e voltou a falar. O silêncio foi rompido e voltaram as peregrinações”, contou a superiora.
Irmã Flávia Mattias, que estava no grupo, afirmou que passou por experiência indescritíveis na viagem a Cimbres. “Ela disse ‘foi ali’. Nós começamos a subir […], ela foi nos revelando, nos contando e ela teve um momento que nos pediu: ‘ajoelhem-se, que Ela está aqui’. Tudo foi muito grande naquele dia”, relatou.