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Variante mais transmissível do coronavírus atinge 92% de doentes em GO

Considerada altamente contagiosa por pesquisadores, a linhagem P1, conhecida como Cepa de Manaus, já se alastra por Goiás e outros estados

atualizado

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HCAMP Goiânia - Hospital do Servidor
1 de 1 HCAMP Goiânia - Hospital do Servidor - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Novo levantamento da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SESGO) revela que 92% de amostras sequenciadas de pessoas contaminadas nos municípios goianos são da variante brasileira do coronavírus chamada de P1, que surgiu em Manaus e é altamente transmissível.

A informação foi repassada, ao Metrópoles, nesta segunda-feira (19/4), pela superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim. O número de amostras não foi divulgado ainda.

“Era 80% P1. Agora, com dados atualizados, do total de amostras sequenciadas, 92% são P1”, disse ela, ressaltando o aumento, em comparação com o primeiro porcentual, da semana passada.

A superintendente explicou que as amostras foram coletadas em todas as regiões do estado, para que refletissem a situação da pandemia da Covid-19 nos municípios goianos como um todo.

Há um mês, estudo feito em Goiânia pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG) indicou situação semelhante: 93% das amostras de doentes eram da chamada variante de Manaus.

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Prefeitura de Goiânia chegou a usar escavadeiras para abrir covas, em 2021

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Enterro de vítima de Covid-19, em Goiânia

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Enquanto a escavadeira joga terra sobre o caixão, em cemitério de Goiânia, familiar de uma das pessoas enterradas reza

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Covas são abertas por escavadeira em cemitério municipal de Goiânia

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Enterro de vítimas da Covid-19 em cemitério de Goiânia

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Familiares acompanham enterro de parente vítima da Covid-19, em Goiânia

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Sepultamento de vítima de Covid-19 em Goiânia

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Vigilância genômica

A P1 se alastrou em Goiás e outros estados. A vigilância genômica desenvolvida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) identificar que a variante brasileira realmente altera a estrutura do vírus de maneira a torná-lo mais transmissível.

A linhagem brasileira pode ser de 1,7 a 2,4 vezes mais transmissível que outras do vírus da Covid-19. A estimativa, baseada em análises genéticas e estatísticas, faz parte de um estudo internacional, com participação do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

Divulgada em artigo no site da revista Science na última quarta-feira (14/4), a pesquisa também identificou 17 mutações na linhagem P1 do vírus, três delas relacionadas à maior capacidade da variante romper as defesas do organismo e provocar a doença.

Em Goiás, como a variante brasileira tem se alastrado, a maioria dos municípios não consegue sair da situação de calamidade em relação à doença.

De acordo com a atualização do Mapa da Pandemia, divulgado pela SES, 224 dos 246 municípios goianos continuam em estado de calamidade, o pior quadro em relação à Covid-19. Ou seja, 91% do total.

Pouca vacina

O quadro é ainda mais preocupante porque apenas pouco mais de 10% da população goiana foi imunizada com a primeira dose da vacina contra a Covid-19, três meses depois do início da vacinação.

Segundo dados do painel on-line da SES-GO, com atualização em tempo real, até a tarde desta segunda, 735.473 pessoas receberam a primeira dose e 239.409 já completaram o esquema de vacinação contra a Covid, com a segunda dose.

Responsável por pressionar ainda mais as autoridades de saúde e impedir o controle da pandemia no país, a variante brasileira também contamina e preocupa moradores de outros estados.

Um novo estudo feito realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) identificou que 82% de 32 amostras analisadas nesse estado são da variante brasileira do coronavírus.

Em março, o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP) divulgou análise sobre contaminação pela variante brasileira na cidade do Rio de Janeiro. De 100 amostras recolhidas de pacientes com Covid-19 na capital fluminense, 84 deles haviam sido contaminados pela linhagem P1.

64% em SP

Ainda no mês passado, um estudo realizado pela Prefeitura de São Paulo e pela USP apontou que a variante brasileira já havia contaminado 64% dos infectados da capital paulista.

De acordo com a unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na Amazônia, a variante brasileira surgiu, possivelmente, entre o dia 15 de novembro e o dia 4 de dezembro. Neste último dia, foi identificada a amostra mais antiga da P1 no país.

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