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Vale se recusa a assinar termo com ações emergenciais para Brumadinho

A empresa alegou precisar de tempo para análise técnica das medidas. Nova audiência foi marcada para a próxima semana

atualizado

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FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Brumadinho-21
1 de 1 Brumadinho-21 - Foto: FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A tentativa da Justiça mineira de firmar nesta quarta-feira (6/2) um Termo de Ajuste Preliminar (TAP) com a Vale fracassou. A mineradora Vale se recusou a assinar o acordo proposto pelo Ministério Público com ações emergenciais a serem implementadas por conta do rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A empresa alegou precisar de tempo para análise técnica das medidas, conforme informações do promotor André Sterling Prado, que faz parte da força-tarefa que investiga a ruptura da estrutura. A reunião foi promovida pela 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte. Uma nova audiência foi marcada para a próxima semana.

A discussão ocorreu no âmbito do processo nº 5010709-36.2019.8 13.0024, que resultou no bloqueio de R$ 1 bilhão nas contas da mineradora a pedido da Advocacia-Geral de Minas Gerais. A reunião contou com a participação de representantes do Ministério Público Estadual e Federal, da Defensoria Pública de Minas Gerais e dos atingidos pelo rompimento da Barragem I da Mina de Córrego do Feijão. Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) também acompanharam a reunião.

Nessa terça (5), moradores e funcionários da Vale já haviam entrado em atrito em uma reunião realizada no Parque da Cachoeira. Segundo Adilson Lopes Silva, representante dos moradores de Córrego do Feijão, o encontro era para escolher os representantes da comunidade na comissão de vítimas e definir a pauta de reivindicações. “Eles foram de penetra. Não foram convidados. Não era assunto deles. Mas começaram a negar todas os pedidos”, conta.

O morador reclama da falta de representantes da Vale nas comunidades que possam, de fato, ouvir e atender os pedidos das localidades atingidas. “Nas comunidades, só tem funcionário disfarçado de voluntário. Não tem ninguém que possa resolver nada”, diz.

“Saímos preocupados pela lentidão. Estamos observando e atentos para que não se repita o que acontece na bacia do Rio Doce. A reparação deve ter a participação direta, informada e organizada da população atingida”, afirma Joceli Andrioli, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB.

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