Vacinação: MPF sugere inclusão de indígenas do AM em grupo prioritário
O recomendação prevê a destinação de dose em quantidades adequada para atender ao público mencionado
atualizado
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Uma recomendação expedida pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta quarta-feira (17/2) sugere que todos os indígenas do Amazonas sejam inseridos no grupo prioritário de vacinação contra Covid-19, incluindo os que vivem em contexto urbano ou em áreas não regularizadas, no prazo de cinco dias.
Estimativas da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime) e da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) apontam a existência de ao menos 20 mil indígenas vivendo na cidade de Manaus, grande parte deles nascida em terras indígenas. A capital do Amazonas também concentra população de indígenas migrantes venezuelanos do povo Warao,
O documento, enviado ao Ministério da Saúde, à Secretaria de Vigilância em Saúde, ao estado do Amazonas, à Fundação de Vigilância em Saúde e aos municípios do Amazonas, prevê a destinação de dose em quantidades adequada para atender ao público mencionado.
O MPF cita ainda na recomendação, que a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis) do Amazonas devem acompanhar e auxiliar os órgãos de saúde para a adequada vacinação de todos os indígenas do estado de forma prioritária.
Estudos
Na recomendação, o MPF destaca ainda que o estudo da Universidade de Pelotas (RS) que indica que a incidência do coronavírus em indígenas na cidade é cinco vezes maior que entre os não-indígenas, devido a vários fatores, como a alta densidade de pessoas vivendo em um mesmo ambiente – típico do modo de viver coletivo, muitas vezes reproduzido nas cidades –, pobreza e dificuldades de acesso à saúde.
Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e mesmo de outros países chegaram a conclusão semelhante quanto à maior incidência da Covid-19 em indígenas do que em não-indígenas, seja em relação às contaminações ou às mortes.