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Vacinação mostra resultados e reduz internações e mortes de pessoas acima de 60 anos

Faixas etárias mais altas, contempladas nos grupos prioritários, já sofrem menos com a doença no país

atualizado

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Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles
Vacina
1 de 1 Vacina - Foto: Gustavo Moreno / Especial para o Metrópoles

Apesar dos problemas para deslanchar, a campanha de vacinação contra a Covid-19 já começa a mostrar sinais positivos. O efeito é mais perceptível, neste momento, entre os integrantes dos primeiros grupos prioritários imunizados, de pessoas acima dos 60 anos.

Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) apontam que as internações e mortes para maiores de 60 anos caíram nas últimas semanas em todo o país. O levantamento foi feito pelo (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, com base nos registros das hospitalizações documentadas, em que o desfecho para o quadro clínico do paciente, sendo ele internado ou não, foi de óbito por síndrome respiratória aguda grave.

Entre 1º de maio e 10 de junho, a média móvel de internações para pessoas entre 60 e 69 anos caiu 46%. No mesmo período, a média para a faixa etária entre 50 e 59 anos subiu 23,3%. Já o mesmo indicador para pessoas entre 40 e 49 anos avançou 34%.

Foi considerado o período de 1º de janeiro deste ano até 10 de junho, porque os dados do Sivep-Gripe têm defasagem na atualização, e, em razão disso, quanto mais recente, mais incompletos estão.

A vacinação começou oficialmente no Brasil no dia 17 de janeiro deste ano. Desde então, o país passou por uma segunda onda de mortes provocadas pelo coronavírus e, no momento, tem média móvel de óbitos mais baixa do que o pico de abril, porém mais alta do que no auge da primeira onda.

Durante a segunda onda, as pessoas com idades mais avançadas continuaram a ser as mais internadas em virtude da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), causada por doenças respiratórias, como a Covid-19. Após pico no fim de março, a média móvel de internações começou a cair para todas as faixas etárias.

O movimento se interrompeu no fim de maio para todas as idades, com exceção do grupo de pessoas entre 60 e 69 anos, que seguiu apontando queda. Em 1º de maio, essa parcela da população deixou de liderar o ranking de internados e foi substituída por indivíduos na faixa de 50 a 59 anos.

Duas semanas depois, em 15 de maio, a categoria passou para o terceiro lugar, com a média móvel de internações de pessoas com 40 a 49 anos figurando na segunda colocação. No fim de maio, o indicador para indivíduos entre 60 e 69 anos ocupou o quarto lugar, onde está no momento. A terceira maior média é de pacientes com 30 a 39 anos.

O gráfico a seguir mostra o movimento das internações para todas as faixas etárias.

As mortes decorrentes de SRAG também tiveram queda, segundo os dados. Até o fim de março, a faixa entre 70 e 79 anos foi a que mais teve como desfecho o óbito graças a alguma doença respiratória. Uma das contempladas logo no começo da vacinação no país, essa faixa etária viu uma diminuição no número de mortes, sendo então ultrapassada pela de 60 e 69 a partir da penúltima semana de março e pela faixa entre 50 e 59 no começo de maio.

Antes, indivíduos que tinham entre 70 e 79 anos eram os que mais morriam em decorrência das doenças, agora são aqueles que estão entre 50 e 59 anos.

“Os dados no país inteiro estão mostrando essa tendência (de queda)”, avaliou o médico infectologista e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) Julival Ribeiro. “Isso é devido à vacinação”, acrescentou.

Para o infectologista, a tendência é vista também em países que já estão mais avançados na imunização. “Isso não acontece só aqui no Brasil, estamos vendo essa tendência em alguns países do mundo em que essa população também vem sendo vacinada”, prosseguiu.

Apesar dos sinais positivos, Ribeiro salienta que “as medidas preventivas devem continuar mesmo entre as pessoas que já foram vacinadas”.

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