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São Paulo – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta sexta-feira (12/2) que mais de 23 mil pessoas estão cadastradas para participar da vacinação em massa contra a Covid-19 em Serrra, no interior de São Paulo. O número equivale a 76,6% do público-alvo do estudo que será realizado na cidade.
A cidade, a 279 km da capital, na região de Ribeirão Preto, participa de um estudo inédito para testar a efetividade da Coronavac, vacina desenvolvida em parceira entre o instituto paulista e a farmacêutica chinesa Sinovac. Segundo o Butantan, a expectativa é vacinar cerca de 30 mil entre os 45.644 moradores do município.
“Nosso cadastro já tem mais de 23 mil pessoas e esperamos que até o início da vacinação esses números possam aumentar rapidamente”, afirmou Covas, em coletiva realizada em Serrana.
O cadastro complementar da população começou a ser realizado nessa quinta-feira (11/2) e vai até o dia 16 de fevereiro. A imunização terá início no dia 17 de fevereiro.
O diretor do Butantan destacou que a vacinação é exclusiva para os moradores da cidade, que devem apresentar histórico de residência. “Já há um movimento de pessoas querendo alugar imóveis em Serrana. Já passou essa fase. Já fizemos boa parte do cadastro e sabemos na sua maioria as pessoas que vão ser vacinadas”, disse.
Segundo Covas, a participação de pessoas de fora da cidade vai interferir no estudo. “Não é programa de vacinação, é uma pesquisa científica”, ressaltou.
Respostas
O diretor do Hospital Estadual de Serrana, doutor Marcos Borges, que coordena o estudo na cidade, afirmou que vacinação deve levar oito semanas. A expectativa é de que em mais quatro ou cinco semanas os pesquisadores tenha os resultados do estudo.
“Quando a gente terá respostas? A nossa expectativa é que em mais ou menos entre 12 e 13 semanas, porque a gente acaba a imunização em oito semanas. Aí tem um tempo até gerar resposta imune”, afirmou.
Segundo Borges, os moradores da cidade de Serrana que serão imunizados estão proibidos de fazer qualquer registro fotográfico tomando a vacina.
“É proibido qualquer registro de filmagem, fotografia, dos voluntários dentro dos centros de vacinação. Se tiver fotografia, está quebrando o sigilo do teste, então, pode fazer isso por questões éticas”, explicou.
O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Butantan, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e é realizado em parceria com a Secretaria de Saúde e a Prefeitura Municipal de Serrana.