Vacinação em Duque de Caxias tem isopor fora da temperatura ideal
Doses de vacina estavam perto do congelamento, o que inutilizaria os frascos. Prefeitura alega que termômetros são alterados pela claridade
atualizado
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Rio de Janeiro – A prefeitura de Duque de Caxias protagonizou mais um episódio de desrespeito às regras sanitárias e restritivas para conter a pandemia de Covid-19. Nesta terça-feira (20/4), o RJ1, da TV Globo, flagrou, além de enormes filas, com pessoas sem máscaras aglomeradas, e sem fiscalização dos agentes públicos, falhas nas caixas térmicas usadas para acondicionar os frascos de vacina contra o novo coronavírus.
Em um dos equipamentos, o termômetro de um isopor falhou e estava indicando temperatura fora da recomendada.
Pela bula da vacina AstraZeneca, as doses devem ser mantidas refrigeradas a uma temperatura entre 2°C e 8°C. No entanto, a temperatura registrada nas imagens da reportagem era de 0,3º, indicando que as doses estavam perto do congelamento, o que inutilizaria o estoque.
Outras três caixas marcavam 2.3°C, 2.8°C e 2.4°C, ou seja, dentro da temperatura recomendada.
Durante a realização da reportagem, uma funcionária, ao perceber algo errado no termômetro, virou a caixa para impedir o registro pelas câmeras.
Com a chegada de um novo funcionário, havia um isopor no qual o termômetro não marcou nenhuma temperatura. A pessoa responsável, mesmo assim, respondeu: “1.8°C”. Em seguida, disse: “mais que 2°C”.
“Fica um pouco, abaixa um pouquinho. Agora, espera um pouquinho porque ela volta ao normal. A gente estava fazendo a aspiração, aí a gente abre um pouquinho e foge um pouquinho”, explicou o funcionário.
À TV Globo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que a responsabilidade das condições de armazenamento é da equipe da sala de vacinação e que as doses devem ser conservadas de 2°C e 8°C, sem congelar. Depois da retirada da primeira dose do frasco, deve ficar no máximo até seis horas em temperatura ambiente, de até 30°C graus, ou 48 horas em refrigeração, de 2°C e 8°C.
Já a Fiocruz, informou que a vacina é viral e baixas temperaturas não costumam afetar a qualidade e a segurança das doses, mas, como alertou a Anvisa, a dose não pode congelar.
A prefeitura de Duque de Caxias explicou que segue as determinações do Ministério da Saúde e que os termômetros podem apresentar alterações nos visores em função da incidência de claridade, mas que não há interferência na temperatura interna de fato. A prefeitura afirmou ainda que desconhece a temperatura indicada, de 0.3 graus.