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Vacinação de crianças: PF abre investigação sobre ameaças à Anvisa

Técnicos da agência receberam ameaças depois de aprovarem a aplicação da vacina contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos

atualizado

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Gustavo Moreno/Especial Metrópoles
Diretor presidente da ANVISA, Antonio Barra Torres
1 de 1 Diretor presidente da ANVISA, Antonio Barra Torres - Foto: Gustavo Moreno/Especial Metrópoles

A Polícia Federal (PF) abriu investigação para apurar as ameaças aos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O inquérito foi aberto na última quarta-feira (15/12), um dia antes de a agência autorizar o uso da vacina da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.

O superintendente da PF do Distrito Federal declarou que já recebeu as informações sobre o caso e trabalha na identificação dos responsáveis.

Após a Anvisa anunciar a decisão, os técnicos da agência, que já haviam recebido intimidações anteriormente, foram ameaçados mais uma vez. As mensagens foram enviadas logo depois de a Pfizer ter divulgado que pediria o aval do órgão sanitário para estender a imunização para crianças de 5 a 11 anos, como fez nos Estados Unidos. A formalização do pedido da farmacêutica aconteceu no dia 6, quando as mensagens já estavam sob análise da PF.

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, foi à sede da PF em Brasília em 11 de novembro. Os diretores prestaram depoimentos por videoconferência. O inquérito foi aberto pela PF no início do mês passado, quando a diretoria da Anvisa recebeu pelo menos três ameaças de morte por e-mail.

Bolsonaro pediu nomes de técnicos

Em tom de intimidação, o presidente Jair Bolsonaro defendeu, na semana passada, a divulgação dos nomes dos servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que aprovaram a autorização da vacina para crianças. No domingo, a autarquia informou ter recebido novas ameaças. O órgão sanitário pediu proteção policial aos seus servidores em todo o país.

“A Anvisa não está subordinada a mim. Deixar bem claro isso. Não interfiro lá. Eu pedi, extraoficialmente, o nome das pessoas que aprovaram a vacina para crianças a partir de 5 anos. Nós queremos divulgar o nome dessas pessoas, para que todo mundo tome conhecimento e, obviamente, forme o seu juízo”, afirmou em transmissão ao vivo nas redes sociais.

Depois disso, a agência divulgou uma nota rebatendo as ameaças e informando que pediu proteção policial aos seus técnicos.

“Anvisa informa que, em face das ameaças de violência recebidas e intensificadas de forma crescente nas últimas 24 horas, foram expedidos ofícios reiterando os pedidos de proteção policial aos membros da agência. Tais solicitações já haviam sido feitas no último mês de novembro, quando a agência recebeu as primeiras ameaças”, ressalta a entidade.

O órgão entende que o crescimento das ameaças faz com que novas investigações sejam necessárias para identificar os responsáveis. A Anvisa comunicou a ocorrência a setores do governo e a outras autoridades, tais como Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ministério da Justiça, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal.

“Mesmo diante de eventual e futuro acolhimento dos pleitos, a agência manifesta grande preocupação em relação à segurança do seu corpo funcional, tendo em vista o grande número de servidores da Anvisa espalhados por todo o Brasil. Não é possível afastar, neste momento, que tais servidores sejam alvo de ações covardes e criminosas.”

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