Vacinação contra gripe evitaria sobrecarga no sistema, diz Queiroga
Em meio à pressão em face da Covid-19, campanha de imunização contra a Influenza começa nesta segunda-feira (12/4)
atualizado
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse, nesta segunda-feira (12/4), que a vacinação contra a gripe é importante para evitar a sobrecarga dos sistema de saúde, que estão no limite com pacientes diagnosticados com Covid-19.
A afirmação foi feita durante o lançamento da 23ª campanha de vacinação contra a Influenza, que começa nesta segunda e vai até 9 de julho.
“Apesar de não ter o mesmo impacto que a Covid-19, a gripe pode levar à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que também pressiona o nosso sistema de saúde, já pressionado em face da Covid-19”, disse Queiroga.
A imunização contra influenza ocorre em paralelo à vacinação contra a Covid-19. O ministério investiu, neste ano, R$ 1,2 bilhão na compra de insumos para aplicar o fármaco.
O imunizante contra a Influenza deve ser tomado no mínimo 14 dias após a vacinação contra a Covid-19. Em nota, a Saúde frisou que uma proteção não substitui a outra, e ressaltou a importância da procura por ambos os fármacos.
“Quem tomar a vacina contra a gripe não ficará imune contra o novo coronavírus”, afirmou o ministério.
Neste ano, cada município terá autonomia para decidir qual será Dia D da campanha.
Aglomeração
Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do ministério, afirmou que a pasta está em contato com os conselhos de Secretários de Saúde (Conass) e de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) para garantir que não haja risco de contaminação por Covid-19 na campanha contra a gripe.
“Temos quase 50 mil postos de vacinação e 37 mil salas de vacinas. A capacidade organizacional dos nossos municípios é bastante efetiva”, disse o secretário.
Público-alvo
Dividida em três etapas, a campanha vai até o dia 9 de julho. Na primeira fase, que vai de 12 de abril a 10 de maio, o objetivo é vacinar crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, povos indígenas e trabalhadores da saúde. Segundo o ministério, 25,1 milhões de pessoas compõem esse grupo.
Na segunda etapa, de 11 de maio a 8 de junho, as secretarias de Saúde devem imunizar idosos com 60 anos ou mais e professores. O público desta fase abarca 32,8 milhões de brasileiros.
Na última etapa, de 9 de junho a 9 de julho, a estimativa é vacinar pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo e profissionais portuários.
Funcionários das forças de segurança e salvamento, das Forças Armadas, do sistema de privação de liberdade e a população carcerária (incluindo adolescentes em medidas socioeducativas) também serão imunizados na última fase. O público-alvo desta etapa é de 21,7 milhões brasileiros.
Veja o calendário completo:
Tudo termina em vacina
Sobre a aquisição de vacinas contra a Covid-19, o ministro Marcelo Queiroga disse que a Saúde está em constante contato com organizações internacionais para garantir doses ao Brasil.
“Se diz que no Brasil tudo acaba em samba. Hoje a gente diz que tudo acaba em vacina”, afirmou.
Mais uma vez, o titular da pasta citou a carência de vacinas no mundo como razão para a demora na imunização dos brasileiros.
“O Brasil faz parte do consórcio Covaz Facility, e em outubro de 2020 investiu 110 milhões de dólares. Deveríamos ter recebido doses em janeiro, mas não recebemos porque há uma carência mundo. Não existe nenhum tipo de de problema do Ministério com a Organização Mundial da Saúde”, afirmou.
Queiroga pediu que quem já tomou a primeira dose do imunizantes contra a Covid-19 procure receber a segunda, para garantir a proteção completa contra o coronavírus.