Sem vacina, família não visita preso por ato de 8/1, denuncia advogado
Durante julgamento no STF, advogado do réu por ato golpista “denunciou” a exigência da vacina em tom revoltado. “Famoso cartão de vacina”
atualizado
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A família de um dos réus pelos atos golpistas de 8 de janeiro não consegue visitá-lo na prisão porque se recusa a tomar a vacina contra a Covid-19.
Durante o julgamento do réu Aécio Lúcio Costa Pereira, o advogado dele, o desembargador aposentado Sebastião Coelho, falou em tom revoltado sobre a exigência da vacinação.
“Eu quero trazer essa denúncia também aqui ao tribunal, esse cidadão está há oito meses preso sem nenhum contato com a família. Por que? Porque a sua família não foi vacinada, não tem cartão de vacina, tão famoso o cartão de vacina e moda aqui no país”, disse o advogado durante a sustentação oral no Superior Tribunal Federal (STF).
Veja o vídeo:
Aécio e outros três réus são julgados no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (13/9). Eles respondem por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça.
Ainda na sustentação oral, o desembargador aposentado lamentou que a Vara de Execuções Penais também negou a visita do preso por videoconferência.
Veja fotos do julgamento:
Reclamação além da vacina
Sebastião Coelho é conhecido por suas posições extremistas em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante um discurso no ano passado, no QG do Exército, em Brasília, ele disse que “a solução será prender Alexandre de Moraes”, se referindo ao ministro do STF.
Ainda nesta quarta, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu uma reclamação disciplinar contra o desembargador aposentado por conta desse histórico e determinou a quebra de sigilo dos dados bancários do magistrado, por considerar que ele pode ter financiado atos golpistas.
Além de “denunciar” a exigência da vacina, Sebastião usou o momento da sustentação oral para defender que o julgamento é político e que está sendo intimidado pelo CNJ. Ele ainda falou que está velho e pode morrer a qualquer momento.