“Vacina de vento”: polícia do Rio conclui que enfermeira desviou dose
Adenilde Lourenço da Silva foi indiciada e responderá por peculato e infração de medida sanitária preventiva
atualizado
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A 12ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro, em Copacabana, indiciou, nesta sexta-feira (12/3), a auxiliar de enfermagem Adenilde Lourenço da Silva. A decisão ocorreu devido à “vacina de vento” que foi “aplicada” por ela em uma idosa de 85 anos. A técnica responderá pelos crimes de peculato e infração de medida sanitária preventiva.
De acordo com a investigação, Adenilde registrou na lista do posto de saúde que a senhora teria recebido, sim, a dose da vacina. No entanto, como o imunizante não foi aplicado, a polícia concluiu que a enfermeira teria desviado a dose da medicação.
O caso foi caracterizado pelos agentes responsáveis como descumprimento do Poder Público para imunização contra o coronavírus. Já o inquérito está sob avaliação do Ministério Público. Além disso, em decorrência dos fatos, a delegacia solicitou à Justiça que Adenilde seja afastada do cargo.
O crime de peculato e a infração de medida sanitária preveem pena de 2 a 15 anos e 1 mês a 1 ano de prisão, respectivamente.
Relembre o caso
A “aplicação” da “vacina de vento” ocorreu em 27 de janeiro, em Copacabana (RJ). Na ocasião, a filha de uma idosa filmou o momento em que a mãe teria recebido a primeira dose da vacina. No entanto, dias depois, ao rever as imagens do vídeo, percebeu que o imunizante não havia sido aplicado.
A filha da idosa voltou ao posto de saúde em questão para pedir esclarecimentos a respeito do ocorrido. Após a declaração de que, de fato, a vacina não havia sido aplicada, o caso ficou sob responsabilidade da Polícia Civil da região.
No depoimento à polícia, Adenilde explicou que chegou a pensar que havia algo de errado com a seringa, mas que quem havia colocado a dose no material teria sido outra residente. A polícia não conseguiu comprovar esta versão dos fatos.