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Uso de remédio será investigado após morte de médico por Covid-19

Receita médica para Gilmar Calasans Lima, de 55 anos, indicava uso de hidroxicloroquina combinado com azitromicina

atualizado

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Samir Jana/Hindustan Times/Getty Images
hydroxychloroquine
1 de 1 hydroxychloroquine - Foto: Samir Jana/Hindustan Times/Getty Images

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) abrirá investigação para apurar se os medicamentos hidroxicloroquina e azitromicina prescritos para o médico diagnosticado com coronavírus que morreu na segunda-feira (20/04), em Ilhéus, no sul da Bahia, saiu do estoque do Hospital Regional da Costa do Cacau ou de uma farmácia de manipulação. O cardiologista Rafael Klecius, que assinou a prescrição dos remédios, pode ser advertido ou demitido, conforme o secretário estadual de Saúde, Fábio Villas Boas.

A receita médica foi emitida para Gilmar Calasans Lima, de 55 anos, na quinta-feira (16/04), e indicava uso de um comprimido de hidroxicloroquina a cada 12 horas, por cinco dias, combinado com uma dose de azitromicina por dez dias. A eficácia dos medicamentos contra a Covid-19 não tem comprovação científica. “Não sei se ele tinha certeza da eficácia do uso, porque não me falava. O que importa é que ele não fez a automedicação. Ele foi atendido e, de antemão, o médico já mandou fazer uso”, afirmou o marido de Gilmar, Laercio Souza.

O uso dos medicamentos começou antes mesmo do resultado do teste para Covid-19, liberado somente no sábado (18/04). Gilmar era hipertenso e diabético, segundo a Sesab, mas tinha um quadro controlado das doenças e, inicialmente, apresentava sintomas leves da infecção pelo vírus. Ele e Rafael eram colegas de trabalho no Hospital da Costa do Cacau, gerido pelo governo do estado da Bahia.

A piora surgiu quatro dias depois do início do tratamento, quando foi levado para a emergência com sinais de arritmia, na madrugada de segunda (20/04). A equipe médica tentou reanimá-lo por 45 minutos, mas o coração de Gilmar não reagiu.

O médico, que sofreu uma parada cardiorrespiratória, é o primeiro profissional de saúde morto pelo coronavírus na Bahia, onde já foram notificados 1.364 casos da doença e 48 mortes, ainda de acordo com a Sesab.

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