Universidades correm risco de colapso com orçamento menor, diz Andifes
O corte no custeio das instituições chega a 18% em relação ao valor de 2020. Na prática, as universidades federais perderam R$ 1,1 bilhão
atualizado
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A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), entidade que congrega os reitores das 69 universidades federais, divulgou carta alertando que o orçamento para as instituições é insuficiente para as atividades em 2021.
O corte no custeio das instituições chega a 18% em relação ao valor de 2020. Na prática, as universidades federais perderam R$ 1,1 bilhão. O orçamento deste ano disponibilizou R$ 4,49 bilhões para as universidades.
“O decréscimo atingiu todas as 69 universidades federais, no entanto, com graus diferentes e sem critério conhecido”, afirma o documento.
Além do corte no orçamento, o Decreto 10.686 bloqueou R$ 2,7 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC), o que também afetou as contas das universidades federais.
Segundo a Andifes, a queda na receita impacta no combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
A rede federal de hospitais universitários, formada por 50 hospitais vinculados a 35 universidades, disponibiliza, desde o início da pandemia, mais de dois mil leitos para pacientes com Covid-19, sendo cerca de 1.300 leitos de enfermaria e em torno de 700 leitos de unidade de terapia intensiva (UTI).
“Mesmo em meio a tamanha dificuldade orçamentária, a rede de universidades federais tem se recusado a parar. Com ajustes que já chegaram ao limite, redução de despesa resultante da prevalência das atividades remotas, ao contrário, temos mantido nossas ações e nossa estrutura a serviço dos brasileiros, sobretudo, na luta diária contra o coronavírus”, destaca o documento.
De acordo com a entidade, as limitações impostas pela orçamento de 2021 impactam todos esses esforços.
“A pandemia pode acabar. O vírus não. Portanto temos que agir e nos precaver. Pelo menos três universidades federais estão desenvolvendo vacinas nacionais contra a Covid-19”, frisa a carta.
O texto conclui: “Reduzir ou paralisar nossas atividades não é uma opção. Seria o mesmo que impor uma punição aos brasileiros, já tão agastados com a pandemia. Rever valores, conceitos e prioridades é o caminho para o qual conclamamos as autoridades”, salienta.