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Universidade federal pede desculpas a professores expulsos na ditadura

O Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia se desculpou com 8 professores expulsos nos anos 80

atualizado

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Eduardo Matysiak/Divulgação
Maurício Requião de Mello e Silva
1 de 1 Maurício Requião de Mello e Silva - Foto: Eduardo Matysiak/Divulgação

O Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia divulgou nota oficial nesta segunda-feira (17/4) pedindo desculpas a oito docentes do curso de psicologia que foram expulsos da instituição no início dos anos 80 por motivos políticos. A ditadura militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1985 tinha como prática a perseguição a cidadãos que não se alinhavam ao regime e a demissão de cargos públicos era uma das formas de punição.

Entre os professores expulsos na época que agora são lembrados na retratação está Maurício Requião de Mello e Silva (imagem em destaque), que é irmão do ex-governador do Paraná Roberto Requião e hoje é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Também recebem o pedido de desculpas as professoras e professores Érika Wróbel, Luiz Leite Monteiro (in memoriam), Maria de Fátima José-Silva, José Baus, Sueli Terezinha Ferrero Martin, Regina Sileikis e José Silvio Pimentel.

“Foi um reconhecimento mais do que tardio de mais uma injustiça, entre milhares cometidas pelo regime militar, que infelizmente chega após a morte de um dos atingidos. Mas, enfim, uma manifestação muito importante para todos nós que fomos vítimas do regime de exceção”, disse Mauricio Requião.

“Reparar injustiça histórica”

“Tendo sido deliberado pelo Conselho do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia (CONSIPUFU) a retratação às/aos oito docentes do curso de Psicologia expulsos da UFU no início dos anos 1980 em virtude de uma perseguição política e de um ato de exceção relacionado à ditadura militar vigente à época, o Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia vem a público pedir desculpas às/aos professoras/es em questão”, diz a nota divulgada pela instituição.

“Tal pedido público de desculpas visa reparar uma injustiça histórica, devidamente reconhecida pela Justiça, que anistiou as/os referidas/os docentes quinze anos após o desenrolar dos fatos que culminaram na injusta expulsão do quadro de docentes de nossa instituição, inclusive com a determinação de reintegração dos mesmos ao quadro funcional da Universidade e condenação da UFU ao pagamento de verbas indenizatórias referentes aos vencimentos correspondentes desde a data da expulsão até o cumprimento da sentença que os anistiou”, segue o texto.

“Esperamos que essa retratação oficial, ainda que tão tardiamente proferida, seja mais um passo em direção à reparação dos danos sofridos pelas vítimas e também rumo ao resgate da memória dos inúmeros abusos cometidos pelo governo de exceção que regeu nosso país por 21 anos, para que tal regime ditatorial nunca mais se repita e que os inúmeros ataques aos Direitos Humanos e ao Estado Democrático que temos presenciado nos últimos anos sejam severamente rechaçados e punidos”, conclui a nota.

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