Universidade distribui ivermectina para funcionários em Maringá (PR)
A reitoria da UniCesumar diz que o uso do remédio é responsabilidade do empregado; medicamento não possui eficácia contra a Covid-19
atualizado
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São Paulo – A reitoria da UniCesumar, universidade que tem campi distribuídos pelo Brasil, enviou um e-mail interno em que informa a distribuição de um kit com ivermectina e polivitamínico para funcionários que trabalham na unidade Maringá (PR).
Embora o texto não mencione, a ivermectina é utilizada no tratamento precoce contra a Covid-19. O vermífugo não tem eficácia científica comprovada no combate à doença, mas é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com a reitoria da universidade, a retirada só vale para funcionários que trabalham presencialmente no campus de Maringá. Os empregados que estão em teletrabalho devem aguardar novas orientações.
“A entrega do kit por parte da instituição não se caracteriza como recomendação, e sim, uma facilidade àqueles que desejam”, informa o e-mail (confira a imagem abaixo).
Os funcionários interessados podem retirar presencialmente, desde essa quarta-feira (7/4), uma caixa de ivermectina com quatro comprimidos e um frasco de polivitamínico com 60 cápsulas. As aulas presenciais estão suspensas em Maringá por conta do agravamento da Covid-19.
A universidade diz que o funcionário será responsabilizado pelo uso das drogas. “A aquisição e o uso não são obrigatórios […] é de sua responsabilidade a ministração deles.”
O Metrópoles entrou em contato com a UniCesumar para solicitar um posicionamento. No entanto, a resposta não foi enviada até a publicação desta matéria.
UniCesumar contesta ivermectina
A UniCesumar, que oferta o curso de Medicina, publicou recentemente o estudo de duas graduandas que refuta a eficácia do tratamento contra a Covid com remédios como ivermectina e hidroxicloroquina. O artigo foi publicado pelas estudantes Heloisa Picolotto Oliveira e Stephany Paola de Souza em outubro de 2020 .
“Apesar dos esforços aplicados em todo o mundo à procura de uma droga terapêutica contra o SARS-CoV-2, até o momento nenhum tratamento eficaz e seguro foi descoberto. Vale ressaltar que, apesar do recente surgimento da doença, sua rápida disseminação, contágio e mortalidade a torna preocupante”, destaca trecho do documento.