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União Brasil quer manter Codevasf e comandar Sudene em troca de apoio a Lula

Lula vive impasse com União Brasil sobre cargos a serem oferecidos para garantir apoio em votações na Câmara

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
O presidente Lula em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e senadores após invasão no Congresso Nacional. Ele aparece em detalhe com bandeira da República atrás - Metrópoles
1 de 1 O presidente Lula em reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira e senadores após invasão no Congresso Nacional. Ele aparece em detalhe com bandeira da República atrás - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Enquanto a situação no Senado está aparentemente azeitada com Davi Alcolumbre (União-AP), a relação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue incerta com o União Brasil na Câmara dos Deputados. O presidente da República segue em busca de ampliar apoios para garantir a aprovação de pautas prioritárias ao governo, como a reforma tributária. Nesse sentido, o petista vive um impasse entre o quanto deve oferecer à legenda comandada por Luciano Bivar, rachada entre bolsonaristas e congressistas considerados “independentes”.

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Lideranças do União Brasil ouvidas pelo Metrópoles estimam que a legenda poderia oferecer a Lula cerca de 2/3 dos votos na Câmara.

No melhor cenário, calculam lideranças do União Brasil, Lula poderia contar com até 40 dos 59 votos da legenda na Câmara dos Deputados. Mas acordos ainda devem ser costurados para que isso aconteça. Parlamentares da legenda reclamam que, até o momento, o governo federal só ofereceu espaços à bancada do Senado, representada por Davi Alcolumbre (AP), deixando desamparada a ala da sigla na Câmara.

“Tem uma parte do partido que vai contra, mas o restante certamente pode apoiar. Mas não vai ser como o PSD e MDB, votando a favor de tudo. Não votaremos contra a independência do Banco Central e, pelas discussões, não devemos apoiar reforma no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) ou no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Votamos a favor da PEC [de transição] e estamos dispostos a votar pra ajudar, mas não seremos chapa branca, independente do que seja oferecido”, diz um representante do ‘alto clero’ da legenda na Câmara.

Um dos nomes já dado como certo na ala opositora do partido é o de Mendonça Filho (União-PE), ex-ministro da Educação do governo Temer (MDB). Por outro lado, nomes que já fizeram parte da oposição, como Fernando Filho, ex-ministro de Minas e Energia, não descartam compor com o novo governo.

Falta diálogo dentro e fora do partido

Passa pelas mãos de Elmar Nascimento (União-BA) a costura de um possível acordo com Lula mas, até o momento, o deputado recebe e manda sinais trocados. Primeiro, recebeu sinalizações de que a bancada poderia ser contemplada com ministério, mas somente o nome de Alcolumbre foi apontado. Nesse sentido, a divisão de autarquias e empresas públicas, como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) será decisivo.

O deputado federal Elmar Nascimento, do UNIÃO BRASIL, discursa no púlpito do plenário da Câmara dos Deputados - Metrópoles
O deputado federal Elmar Nascimento (BA), líder do União Brasil na Câmara dos Deputados

Como mostrou o Metrópoles, o União Brasil entrou na disputa pela Sudene, já pleiteada por Marília Arraes (Solidariedade-PE) e Humberto Costa (PT-PE) e, agora também alvo do PSB. Na Codevasf, Elmar Nascimento busca a manutenção de Marcelo Andrade Moreira Pinto na diretoria. Caso se concretize, a permanência do atual diretor-presidente contemplaria tanto o grupo do deputado baiano como o de Fernando, filho do ex-senador Fernando Bezerra Coelho (MDB). Para o Dnocs, a sinalização do PT foi positiva, mas ainda sem desfecho.

Um consenso entre os parlamentares da legenda é que falta diálogo para um entendimento. Alexandre Padilha (PT-SP), ministro da Secretaria de Relações Institucionais, teria prometido uma conversa com Elmar para tratar da aliança. Porém, o fato de o deputado não ter sido convidado para a última reunião de Lula com líderes partidários, em 8 de fevereiro, teria jogado água fria na possibilidade de estreitar relações.

Caso não consiga uma aliança (mesmo que informal), Lula precisará buscar apoios “no varejo”, a cada votação considerada prioritária pelo governo. Isso pode tornar a conta do Planalto mais cara.

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