União Brasil vai do bolsonarismo à base de Lula em um ano de partido
União Brasil, fruto da fusão entre PSL e DEM, completou um ano em fevereiro deste ano. Sigla passou a integrar base governista
atualizado
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Fruto da fusão entre o Democratas e o Partido Social Liberal (PSL), o União Brasil se tornou uma das siglas de destaque no cenário político brasileiro no último ano.
O partido presidido pelo deputado federal Luciano Bivar surgiu de um acordo entre as legendas em outubro de 2021 e foi formalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em fevereiro de 2022.
Um ano depois, mesmo com as origens bolsonaristas e filiados ainda ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o União passou a integrar o chamado Centrão e conquistou cargos relevantes na Esplanada dos Ministérios de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), maior opositor de Bolsonaro.
Os postos foram concedidos após apoio estratégico da legenda nas articulações para aprovar a PEC da Transição no fim de 2022. Na lista de ministros de Estado filiados ao União estão Juscelino Filho (Comunicações) e Daniela do Waguinho (Turismo).
Democratas, PSL e Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o PSL em novembro de 2019, um ano após se filiar à sigla para concorrer nas eleições de 2018. A saída foi motivada por atritos com Luciano Bivar, então presidente do PSL.
Após deixar o partido, Bolsonaro investiu na tentativa de criar uma nova legenda. A fundação da chamada Aliança Pelo Brasil, no entanto, foi frustrada. Depois de dois anos sem integrar nenhuma sigla, o então presidente decidiu, em 2021, se filiar ao PL de Valdemar Costa Neto.
Em meio aos desdobramentos da procura de Bolsonaro por um partido, as siglas PSL, de Luciano Bivar, e o Democratas, de ACM Neto, se uniram e, na estreia, conquistaram a maior bancada do Congresso Nacional à época, com 81 deputados e sete senadores.
Amplitude e segundo escalão
O União Brasil iniciou o ano de 2023 com a quarta maior bancada no Senado Federal (nove parlamentares), atrás do PSD, do PL e do MDB.
Na Câmara dos Deputados, o União ocupa a terceira posição, com 59 parlamentares, atrás do PL e da federação que une PT, PV e PC do B.
O partido, no entanto, busca mais espaço. Conforme apurou o Metrópoles, a sigla estuda a criação de uma federação com o PP de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Se concretizada, a federação reunirá a maior bancada na Casa Baixa, com 108 deputados.
No Senado, o grupo ocupará o posto de segunda maior bancada, com 15 parlamentares, atrás apenas do PSD, que tem 16 senadores atualmente.
Além de maior peso no Congresso Nacional, a nova federação poderá render postos estratégicos às siglas no governo federal.
Os partidos querem espaço no segundo escalão de Lula, em órgãos como a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do Sao Francisco e Parnaíba (Codevasf) e a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).