Uma pessoa é presa pela PF por mineração ilegal a cada quatro dias
Segundo a Polícia Federal, 702 pessoas foram presas em flagrante por mineração ilegal no país nos últimos sete anos. Rondônia lidera
atualizado
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A Polícia Federal (PF) prende em flagrante, em média, uma pessoa a cada quatro dias por crimes de mineração ilegal, o que inclui o garimpo ilegal, mas também outras fases desse mercado, como o transporte e venda desse minério.
É o que revela as estatísticas da PF sobre as prisões em flagrante por esse tipo de crime entre os anos de 2016 e 2022. Apenas dados desses anos foram disponibilizados para a reportagem.
Os dados da PF mostram que, no ano de 2019, a quantidade de prisões em flagrante por mineração mais que dobraram, registrando um aumento de 108,77%. Já no último ano de 2022, houve uma queda de 46,81% no número de presos pela PF por esse tipo de crime.
Amazônia no foco
Ainda segundo dados enviados pela PF, Rondônia foi o estado com mais prisões por mineração ilegal, seguida por Mato Grosso, Pará e Roraima.
Mais da metade das prisões (78,3%) foram em estados que fazem parte da Amazônia Legal.
Em Rondônia, garimpeiros que temiam ser presos em flagrante, fugiram para o meio do mato durante uma operação da PF e do ICMBio em uma extração ilegal de cassiterita que tinha o tamanho de 118 hectares, na fronteira com o Amazonas.
Reportagem do Metrópoles do último domingo (27/8) mostrou que nos últimos 10 anos, pelo menos 95,8% do ouro ilegal apreendido pela PF é proveniente ou foi flagrado em estados da Amazônia Legal.
Difícil acesso
Em entrevista ao Metrópoles em junho, coordenador-geral de estratégia e planejamento da Diretoria da Amazônia e Meio Ambiente (Damaz) da PF, delegado Marcelo Sálvio, falou que o desafio para atuar na Amazônia Legal é a sua complexidade, o que envolve a dificuldade de acesso e o tamanho do território.
“São regiões extremamente isoladas com pouca logística e infraestrutura já estabelecida. Então, tudo é muito mais difícil ali. (…). É realmente uma região de extrema complexidade para atuar, os desafios são enormes, mas nós estamos nos estruturando”, declarou na ocasião.
Desde fevereiro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) tem defendido, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o financiamento do Plano Amazônia Mais Segura (Amas) com recursos do Fundo Amazônia.