Um mês após acidente, músicos de Marília Mendonça buscam recomeço
O baixista Luís Vagner Santos foi um dos convidados a integrar a banda da dupla do irmão de Marília Mendonça, Dom Vittor e Gustavo
atualizado
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Goiânia – Após 30 dias do acidente aéreo que vitimou fatalmente Marília Mendonça e outras quatro pessoas, os músicos que acompanhavam a cantora em turnês buscam por um recomeço. O baixista Luís Vagner da Silva Santos, de 44 anos, é um dos integrantes do grupo que, depois do trauma da morte precoce da sertaneja, busca novos caminhos.
O instrumentista, que trabalhava com a artista havia seis anos, foi um dos chamados a participar da banda da dupla do irmão de Marília, Dom Vittor e Gustavo. Ao Metrópoles, Luís disse que a perda o fez pensar em desistir da carreira, mas, com o convite, não pensou duas vezes em aceitar o desafio.
Novos rumos
A banda de Marília era composta por 10 músicos. Desses, cinco já estão com Dom Vittor e Gustavo. Outros colaboradores da parte técnica foram remanejados para as equipes de Maiara & Maraisa e Henrique & Juliano.
“Eu estava em casa quando recebi a proposta do diretor musical deles [Dom Vittor e Gustavo]. Não pensei duas vezes. Além de estar junto novamente com alguns amigos que já eram da Marília, sei que ela ficaria muito feliz com isso”, disse o baixista.
“Quando tudo aconteceu, fiquei muito abalado. Porém, os dias foram passando e coloquei minha cabeça no lugar. A música é minha vida, e vou continuar com ela”, completou Luís.
“Não caiu a ficha”
Marília Mendonça era o tipo que não cultivava hierarquias em sua equipe. Fazia questão de estar na companhia dos músicos e de participar das confraternizações.
“Em alguns momentos, ainda parece que não caiu a ficha. Às vezes, penso que estou flutuando, como em um sonho. Em outras, bate uma saudade tão grande que chega a doer na alma. Vivi com a Marília por seis anos. Nesse tempo, fiquei mais com ela na estrada, do que com minha esposa em casa. Com isso, ela se tornou parte da minha família. Quando a gente perde um ente querido, dói muito. Sempre relembro as histórias. Na verdade, todos nós relembramos. Estão todos sentindo muita saudade”, afirma Luís.
“Quando acabava o show, a gente ia para o camarim dela e ficávamos lá batendo papo, ouvindo música. Ela gostava muito da presença da equipe e dividia com a gente os planos futuros. Ela compartilhava as ideias o tempo todo, escutava as nossas opiniões. Era um espelho para nós”, conta o instrumentista.
Homenagens póstumas
Neste domingo (5/12), em que se completa um mês da morte da cantora, estão previstas homenagens póstumas. De acordo com o presidente da central de fãs Rebanho da Marília Mendonça, Kaique, serão várias as manifestações relembrando a sertaneja na internet.
Em visita ao Cemitério Parque Memorial de Goiânia, onde o corpo da sertaneja foi sepultado, o Metrópoles registrou homenagens no túmulo, com flores e cartazes. Funcionários do local informaram que o movimento segue acima do normal desde a morte da estrela.
“Cerca de 30 pessoas visitam o túmulo da Marília Mendonça diariamente. As pessoas são muito curiosas, deixam flores, fazem orações”, relatou um trabalhador, que preferiu não se identificar.
Acidente aéreo
O avião decolou de Goiânia com destino a Caratinga, em Minas Gerais, na tarde de 5/11. Já bem próxima à pista de pouso, a aeronave se chocou com uma torre de transmissão elétrica e caiu em uma área de cachoeira.
No avião, com Marília, estavam o tio e assessor Abiceli Silveira Dias Filho, 43 anos; o produtor Henrique Ribeiro, 32; o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, 56; e o copiloto Tarciso Pessoa Viana, 37. Todos morreram.